"É que, hoje, às ameaças tradicionais juntaram-se novas formas de ameaça e a Defesa exige um novo arsenal", afirmou António Costa, intervindo numa cerimónia que assinalou o arranque da construção da nova academia da NATO, em Oeiras, vocacionada para as comunicações, sistemas de informação e ciberdefesa.

Um dia depois do ataque ocorrido em Manchester, durante um concerto, o primeiro-ministro assinalou que "a ameaça terrorista continua a ser uma ameaça de primeiro grau nos países europeus".

Os conflitos étnicos de natureza civil perturbam a paz e ameaçam a segurança de muitas populações, acrescentou o primeiro-ministro, assinalando que, a par das ameaças tradicionais, "há hoje um novo tipo de ameaças" que exige uma resposta na "área crítica" da ciberdefesa.

"Ainda muito recentemente muitos países do mundo à escala global foram vítimas de um `ciberataque´ e, por isso, `ciberdefesa´ é uma das áreas de futuro", afirmou António Costa.

O projeto para a construção da NCI Academy (Nato Communications and Information Academy), no espaço do antigo comando da NATO em Oeiras, no Reduto Gomes Freire, "não é um projeto fechado sobre si próprio", disse António Costa, que esteve acompanhado pelo ministro da Defesa, Azeredo Lopes, e pelo general Pina Monteiro, chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas.

O primeiro-ministro adiantou que já há "boa colaboração com a Universidade Católica tendo em vista a formação de quadros empresariais na área da Ciberdefesa".

A escola da NATO, acrescentou, "será uma oportunidade para reforçar a capacitação" portuguesa, quer do ponto de vista empresarial quer do ponto de vista da academia "numa área que é absolutamente crítica".

Na cerimónia, o diretor-geral da Agência de Comunicações e Informação da NATO, Koen Gijbers, afirmou que a nova escola pretende ser "um pilar" e "um elemento vital" na modernização da própria Organização nos domínios avançados dos sistemas de informação e tecnologia de comunicações, mas também da ciberdefesa.

Segundo o responsável, o modelo de financiamento da futura NCI Academy vai incluir as parcerias com a indústria e a universidade, visando constituir-se como "um pólo e uma incubadora" virada para as novas tecnologias `ciber´.

Em declarações aos jornalistas, o subdiretor de Recursos da Defesa Nacional, Henrique Macedo, precisou que o objetivo é incluir no modelo de negócio da futura academia "o tecido universitário, científico e tecnológico", visando que a escola "não dependa exclusivamente dos recursos" próprios.

A NCI Academy sucederá à Escola de Comunicações e Sistema de Informação da Aliança Atlântica, atualmente sediada em Itália, prevendo-se que receba entre 5.500 a 6.000 alunos por ano, quando estiver operacional, em 2019.

A formação de pessoal civil e militar nas áreas de sistemas de informação, comunicação e ciberdefesa é o objetivo da nova Academia, que pretende estabelecer parcerias com a universidade, a ciência e a indústria, não só portuguesas, mas de todos os países membros da NATO.

A nova academia é financiada na totalidade pela NATO, num investimento global de 24 milhões de euros, e prevê a construção de um novo edifício e a adaptação da messe existente no Reduto Gomes Freire.

O projeto de construção, a cargo da Mota-Engil, prevê gabinetes para 100 funcionários e instrutores, 43 laboratórios, 26 salas de aula, um auditório com 250 lugares numa área de 12.800 m2.

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