“O PSD e o CDS andaram a convencer a Europa de que Portugal tinha estradas a mais, que tinha autoestradas por todos os sítios e esqueceram-se foi de explicar que, entre o sítio onde as pessoas vivem, entre o sítio onde as fábricas estão e as autoestradas, há um percurso que é necessário percorrer”, afirmou António Costa.
O secretário-geral do PS falava em Vila Nova de Famalicão, distrito de Braga, numa ação de campanha em apoio ao candidato do partido à Câmara, Eduardo Oliveira.
Afirmando que, quando iniciou o seu primeiro mandato, “tinha os pés e as mãos atadas”, porque tinha herdado o programa Portugal 2020, que “não permitia qualquer investimento na rodovia”, António Costa salientou que, quando começou a discutir com a Comissão Europeia o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), travou uma “batalha muito dura”.
“Travámos uma batalha muito difícil (…) para desconvencer a Comissão Europeia daquilo que o PSD e o CDS lhes tinham andado a convencer, e fazê-los perceber que, para podermos aproveitar plenamente a rede rodoviária fundamental que o país tem, era necessário agora dotar as áreas de localização empresarial e completar aquelas últimas distâncias entre as autoestradas e as zonas industriais para podermos melhor servir a economia portuguesa”, destacou.
Dando o exemplo do recentemente aprovado investimento numa variante da Estrada Nacional 14, que passa em Vila Nova de Famalicão, António Costa afirmou que foi devido ao esforço junto de Bruxelas que conseguiu assegurar que o PRR irá fornecer as verbas para “fazer o que faltava fazer, que era a intervenção total da Nacional 14”.
Num discurso de cerca de 20 minutos, António Costa afirmou que é por isso que o PSD e o CDS “não gostam do PRR” e que não gostam que o PS “diga a verdade”.
“Mas é por isso que nós estamos aqui para podermos dizer aos cidadãos: nós vivemos momentos muito difíceis e foi com muita determinação que dissemos que íamos virar a página da austeridade. E quando eles nos diziam que iria vir o diabo, nós dissemos: ‘vamos vencer a austeridade, e o diabo não há de vir”, indicou.
Continuando com as críticas à oposição, António Costa afirmou que o PSD e o CDS tinham pedido à UE “que aplicasse sanções a Portugal”, enquanto o Governo respondia que ia conseguir devolver as pensões e os salários cortados, e iria ter um excedente orçamental, o que conseguiu fazer.
“Quando as vacinas foram descobertas, disseram: ‘não vão ser capazes de comprar vacinas’. Depois a UE comprou as vacinas, e disseram ‘não vão ser capazes de administrar as vacinas e isto vai ser o caos’. E hoje sabemos que Portugal está em primeiro lugar na execução do plano de vacinação a nível mundial”, afirmou.
António Costa reconheceu, ainda assim, que “às vezes não corre tudo bem” e que às vezes as coisas “levam mais tempo” do que o desejado.
“Mas há uma coisa que está certa, e que todos podem ter por certo e não ter a menor dúvida: é que quem sabe o que tem para fazer, mais tarde ou mais cedo o vai fazer, com determinação, energia e coragem, porque nós não somos gente de desistir, nós somos gente de enfrentar e ganhar”, concluiu.
Depois de, hoje, já ter estado na Póvoa de Lanhoso, no distrito de Braga, em Celorico de Basto, Vizela e Vila Nova de Famalicão, António Costa tem ainda comícios organizados em Barcelos e Braga.
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