"É preciso ter a noção de que o país não tem condições ilimitadas para poder fazer tudo e há muita coisa para descongelar. Há todas as carreiras para descongelar, há obras que tiveram paradas anos, na gaveta, que são necessárias descongelar, há investimentos no Serviço Nacional de Saúde, que são necessários descongelar, há muito para descongelar", defendeu António Costa.
O primeiro-ministro sublinhou que a "ideia de que não há descongelamento nas carreiras de professores é uma ideia falsa": "Só este ano vão progredir na carreira mais de 45 mil professores e nos próximos anos vão todos continuar a progredir, como estão a progredir nas carreiras gerais e noutras carreiras".
O chefe de Governo falava aos jornalistas depois da apresentação das obras de requalificação da Escola de Dança e Música do Conservatório Nacional, em Lisboa, onde também esteve o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, que saiu sem prestar declarações aos jornalistas.
"Nós temos cumprido tudo aquilo que tínhamos prometido quanto a descongelamentos. Convém não haver equívocos: o cronómetro estava parado, o tempo tinha parado de contar, e descongelar significa repor o cronómetro a contar e foi isso que fizemos", começou por afirmar António Costa.
O primeiro-ministro referiu que, "neste caso especial, foi entendido pela Assembleia da República que se devia abrir um processo negocial", o que aconteceu, com a apresentação de uma proposta pelo Governo "de uma forma construtiva, de uma forma aberta".
"O que tivemos como resposta foi sempre a intransigência", reiterou, insistindo que o Governo cumpriu não só o compromisso com os professores, para o descongelamento, mas também o compromisso de apresentar uma proposta e negociar.
O ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, confirmou na segunda-feira que os professores não vão ter contabilizado qualquer tempo de serviço congelado por terem falhado as negociações com os sindicatos.
À saída da reunião com o ministro da Educação, também na segunda-feira, o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Mário Nogueira, adiantou que, perante o cenário de "chantagem", os professores admitem avançar com uma greve aos exames nacionais, às aulas e a tarefas burocráticas como o lançamento de notas.
O secretário-geral da Federação Nacional de Educação (FNE) anunciou que iria propor aos restantes sindicatos de professores a convocação de uma greve aos primeiros dias do próximo ano letivo, depois de uma reunião que classificou como "uma amarga deceção que confirma as piores expectativas".
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