“É um sinal de que o mundo é diverso e que o mundo não olha com os mesmos olhos para todos os problemas”, sustentou António Costa, em declarações aos jornalistas, durante uma interrupção dos trabalhos da cimeira da UE com os países da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), em Bruxelas.
O primeiro-ministro português insistiu que “é normal que entre tantos países” não haja uma posição comum sobre a invasão da Rússia à Ucrânia, no final de fevereiro do ano passado, mas advogou que o essencial é haver cooperação constante entre os dois blocos.
“É importante que, sobretudo, trabalhemos em conjunto. Quanto mais o fizermos, mais se vão esbatendo as diferenças. A Europa também é plural, na América Latina as posições também são plurais”, acrescentou.
A menção à Rússia por causa invasão da Ucrânia na declaração final da cimeira está a dividir os dois blocos regionais. Apesar de apenas ter começado hoje, com encontros bilaterais e uma reunião entre os líderes da UE e das Caraíbas, já são conhecidas as dificuldades em alcançar um consenso entre os 27 Estados-membros europeus e os 33 países do bloco latino-americano sobre a declaração final.
Na versão mais recente da declaração final, à qual a Lusa teve acesso e que ainda está a ser negociada, os líderes de ambos os blocos regionais concordam em manifestar “preocupação com a guerra em curso na Ucrânia, que continua a causar imenso sofrimento humano”, mas os países da CELAC não querem uma menção à Rússia, enquanto instigadora do conflito.
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