“A União Europeia criou um PRR que, não sei porquê irrita muito os nossos adversários, como se não fosse bom para o país e para todos nós”, observou António Costa, no comício realizado num auditório quase lotado de Ponta Delgada, ilha de São Miguel, Açores.

Dizendo falar “para ver se Rui Rio [presidente do PSD] percebe de uma vez por todas”, Costa frisou que “o PRR não é uma ficção mas uma realidade”, e que as negociações foram feitas com o Governo Regional dos Açores quando era liderado pelo PS mas o plano já foi formalizado com o novo Governo Regional PSD/CDS-PP/PPM.

“Não mudamos de cara lá por os Açores terem mudado de governo regional”, alertou Costa.

Costa salienta que PS tem de fazer “esforço grande” para “manter” resultados de 2017

António Costa defendeu hoje que o PS precisa de fazer “um esforço grande” para “manter” os resultados de 2017, considerando que pedir melhor é como “exigir a um clube que, depois de ganhar por 3-0”, ganhe por 4-0.

Numa entrevista ao canal televisivo SIC a partir de Ponta Delgada, onde se encontra para participar em duas ações de campanha, António Costa salientou que o PS “disputa sempre a vitória” em todos os municípios e freguesias, e referiu que o objetivo para as eleições de domingo é manter as 161 câmaras conquistadas em 2017, naquele que foi o melhor resultado de um partido em autárquicas.

“O PS é sempre uma das alternativas que está em jogo e, portanto, isso significa que nós temos que fazer um esforço grande em todo o país para manter os resultados. Nós, em 2013, tivemos o melhor resultado de sempre em autarquias, em 2017 superámos esse resultado, em 2021… É o mesmo que exigir a um clube que, depois de ganhar por 3-0, no jogo a seguir tem de ganhar por 4-0”, referiu.

Salientando que “não deve haver nenhum município onde a disputa não seja com a direita contra o PS, ou entre o PS e o PCP”, António Costa descartou também que a conquista de câmaras aos comunistas possa ter algum impacto na negociação do Orçamento de Estado.

“O PCP sempre quis separar o tema orçamental dos restantes temas. (…) Pela natureza das coisas, o PCP, as câmaras que disputa, são com o PS, mas a questão orçamental é uma questão sobre a qual começámos a trabalhar ainda antes das férias, fixámos um calendário de trabalho e ele vai acontecer”, frisou.

O secretário-geral do PS destacou assim que não tem “nenhuma razão para acreditar ou para pensar que o PCP terá esta atitude ou aquela atitude no debate orçamental em função das autárquicas”.

Além disso, António Costa frisou também que "ninguém no país está preparado, a pensar ou a desejar uma crise política", referindo que "haveria uma enorme irresponsabilidade coletiva se, no meio de uma pandemia", e numa altura em que se está a sair de "uma crise terrível", "houvesse uma crise política".

“Tenho a certeza de que todos vamos trabalhar de boa-fé, o melhor possível, para encontrarmos soluções", apontou.

Abordando ainda as críticas que a oposição, com o PSD à cabeça, lhe tem feito durante a campanha – acusando-o de estar a misturar o papel de secretário-geral do PS e de primeiro-ministro ao prometer verbas do Plano de Recuperação e Resiliência às autarquias – António Costa salientou que “nunca” confunde os dois papéis e que “há uma distinção clara entre as funções”.

O secretário-geral referiu ainda que, “em democracia, cada um expõe os seus pontos de vista”, sendo “legítimo que a oposição tenha a liberdade de dizer ‘o Governo não fez isto ou não fez aquilo” e que o “partido que está no Governo também diga o que é que fez”.

“Os outros dizem o que é que se propõem fazer, é natural que o partido que esteja no Governo também diga o que é que se propõe fazer, ou então o que é que o partido do Governo poder dizer? Não pode nem dizer o que é que fez, nem pode dizer o que é que se propõe fazer? Então aí o partido do Governo estaria impedido de correr às eleições, isso seria uma coisa absolutamente absurda”, indicou.

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