“Havia um entendimento de uma saída antes do termo do mandato e, neste momento em que temos novas leis orgânicas a entrar em vigor, em breve, pareceu ao Governo, e o Presidente da República concordou, que era altura de proceder a esta alteração”, afirmou Costa em declarações à estação de televisão CNN Portugal.

Segundo as palavras transmitidas pela estação de televisão, o chefe do executivo nada mais adiantou sobre a substituição do almirante Mendes Calado pelo vice-almirante Gouveia e Melo, indicando ter tentado telefonar hoje ao CEMA cessante e que tal não foi possível.

Marcelo diz que este é "o momento" para substituir Chefe do Estado-Maior da Armada
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“Tentei falar com ele por telefone, mas não foi possível, mas queria sublinhar que o país deve estar-lhe muito reconhecido pelo grande trabalho que o senhor almirante [Mendes Calado] desenvolveu”, sublinhou.

As palavras de Costa coincidem com as proferidas hoje também pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que defendeu ser este “o momento” para substituir o CEMA e considerou que Mendes Calado quis “marcar a sua posição” e dizer que não pediu o afastamento.

À margem de uma iniciativa de Natal no Palácio e Belém, em Lisboa, Rebelo de Sousa foi questionado se viu o vídeo de despedida do CEMA exonerado na quinta-feira, Mendes Calado, que afirmou que deixa a Marinha “não por vontade própria”.

O chefe de Estado disse que não viu, mas explicou que, “quando em setembro se colocou a questão da substituição”, foi entendido “que fazia sentido esperar pelas leis orgânicas do Estado-Maior-General das Forças Armadas e dos três ramos”, decisão com a qual concordou.

Rebelo de Sousa indicou que essas leis, que aguardam promulgação, “estão praticamente prontas”.

“E, portanto, parece que é o momento, um novo ciclo político, porque é uma nova orgânica, e funcional, que explica que seja este o momento e não o outro o momento, este o momento da concretização daquilo que havia a concretizar”, defendeu.

Na segunda-feira, Rebelo de Sousa vai dar posse ao quarto CEMA (o vice-almirante Gouveia e Melo) desde que é chefe de Estado, considerando que isso “mostra que o Presidente, o comandante Supremo das Forças Armadas, acaba por interferir muito, sempre sob proposta do Governo, em matéria de nomeação e recondução”.

Na quinta-feira, através uma nota publicada no portal da Presidência, Rebelo de Sousa deu conta de que vai nomear o vice-almirante Henrique de Gouveia e Melo como CEMA e promovê-lo ao posto de almirante, depois de, no mesmo dia, o Conselho de Ministros ter aprovado propor a nomeação ao Presidente da República.