Em declarações aos jornalistas, à entrada para a cimeira de chefes de Estado e de Governo da União Europeia, que decorre hoje e sexta-feira em Bruxelas, o primeiro-ministro salientou que Portugal tem procurado contribuir positivamente para não quebrar a “ponte fundamental que secularmente liga os Estados Unidos à Europa”.
“É essencial que haja não só canais de contacto, mas de superação de vários equívocos, de forma a que possamos continuar a ser bons aliados, bons parceiros económicos, e a partilhar os valores que partilhamos em conjunto”, defendeu.
António Costa visitou os Estados Unidos entre 10 e 16 de junho, e o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, reuniu-se na quarta-feira com o homólogo norte-americano, Donald Trump, numa visita oficial.
“As nossas relações com os Estados Unidos não podem assentar numa base conjuntural de quem é Presidente hoje, e que não será Presidente seguramente um dia. Tem de assentar nas relações estruturais que sempre uniram a América e a Europa e é nessa base que temos trabalhado, quer o Governo, quer o Presidente da República, e que espero que inspire também aqui o Conselho [Europeu] e a administração americana para evitar uma escalada que seguramente causaria muitos prejuízos a uns e a outros”, reforçou.
O primeiro-ministro considerou que o encontro de Marcelo Rebelo de Sousa com Donald Trump, e o tom distendido do mesmo, foi “seguramente um bom sinal de que é possível, apesar de divergentes, encontrar pontos de contacto, pontos de cooperação”.
A relação do bloco comunitário com os Estados Unidos é um dos temas na agenda dos chefes de Estado e de Governo da União Europeia, que se iniciaram esta tarde, em Bruxelas, uma cimeira de dois dias que será dominada pelas migrações e pela reforma da zona euro, antevendo-se discórdia no primeiro tema e passos tímidos no segundo.
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