"Preocupa-nos que tenha sido perdido um ano no combate a esses desequilíbrios estruturais, podíamos estar em muito melhores condições de empreender reformas", afirmou Passos Coelho, no final da sua intervenção no debate quinzenal com o primeiro-ministro na Assembleia da República.

O líder do PSD acusou a maioria PS, PCP, BE e PEV que suporta o Governo no parlamento de ser contra "qualquer reforma estrutural a não ser a reversão", e questionou António Costa se irá continuar a "empurrar com a barriga e a geringonça" os problemas que persistem na economia.

Na resposta, o primeiro-ministro lamentou que Passos Coelho apenas tenha falado da economia quando já tinha ultrapassado o tempo da sua intervenção, que considerou ter sido dedicada "ao tema das tricas dos SMS", numa referência à troca de mensagens de telemóvel entre o ministro das Finanças e o anterior presidente da Caixa Geral de Depósitos António Domingues.

"Eu admito que me continue a achar irritante, mas passado um ano há que reconhecer que não fui otimista, fui simplesmente realista, enquanto Vossa Excelência, um ano depois, apresenta-se aqui não só como pessimista mas como um pessimista irritado", criticou António Costa.

Reconhecendo que ainda hoje a Comissão Europeia sinalizou vários desequilíbrios na economia portuguesa, o primeiro-ministro disse que o relatório foi elaborado com base em dados dos primeiros meses do seu Governo.

"Hoje cada um desses problemas está em melhor situação do que quando deixaram o Governo", assegurou.

António Costa citou então alguns dados económicos "que verdadeiramente irritam" o líder do PSD, como o crescimento de 1,9% da economia no último trimestre de 2016 ou a criação de cem mil empregos líquidos no último ano.

"A sua irritação é inversamente proporcional à confiança dos portugueses, é para esses que nós trabalhamos (…). Está prisoneiro do passado e encurralado em tricas", lamentou.