“Uma das coisas que todos nós democratas, quer os que fazem políticas, quer os responsáveis da comunicação social, devíamos refletir é se não promovemos indevidamente quem não merece ser promovido e apresentamos como uma grande ameaça quem é uma ameaça relativamente contida”, criticou.

O primeiro-ministro português respondia a uma questão sobre o crescimento da representatividade de partidos de extrema-direita na UE, à saída da reunião informal de chefes de Estado e de Governo que decorreu hoje em Salzburgo, na Áustria.

“Nós não devemos andar sistematicamente a valorizar os extremistas, involuntariamente andar a fazer a sua promoção. Efetivamente, o que devemos registar é que em todas as eleições decisivas a extrema-direita foi derrotada. Foi derrotada em França, foi derrotada na Suécia. Tem sido derrotada em todo o sítio. E, mesmo quando, fruto de negociações internas em alguns países, têm conseguido chegar ao Governo, não deixam de ser extrema-direita e têm de ser tratadas como tal”, defendeu.

António Costa considerou “absolutamente extraordinária” a cobertura mediática dada ao partido Democratas da Suécia nas eleições daquele país.

“Quem estiver menos atento até pensa que a extrema-direita ganhou. Foram os sociais-democratas, em segundo lugar os conservadores, e a extrema-direita ficou em terceiro lugar. Não obstante, quando se olhava para a Euronews, o que se via era sistematicamente a sede da extrema-direita”, exemplificou.

A questão colocada ao primeiro-ministro português enquadra-se no peso crescente dos movimentos populistas e nacionalistas a nível comunitário, a escassos oito meses das eleições europeias.