“Está reunido com os ministros praticamente todos”, adiantou a mesma fonte do Governo.
Numa comunicação ao país, ao início da tarde, o primeiro-ministro anunciou que apresentou a sua demissão ao Presidente da República, que Marcelo Rebelo de Sousa já aceitou, após o Ministério Público revelar que é alvo de investigação autónoma do Supremo Tribunal de Justiça sobre projetos de lítio e hidrogénio.
Adiantou, também, que em caso de eleições legislativas antecipadas, não se irá recandidatar às funções de primeiro-ministro.
Perante os jornalistas, o primeiro-ministro afirmou: “Como sempre, confio totalmente na justiça e no seu funcionamento – a justiça que servi ao longo de toda a minha vida e cuja independência sempre defendi. Porém, é meu entendimento que a dignidade das funções de primeiro-ministro não é compatível com qualquer suspeição sobre a sua integridade, a sua boa conduta e, menos ainda, com a suspeita da prática de qualquer ato criminal”.
“Por isso, nesta circunstância, obviamente, apresentei a minha demissão a sua excelência o senhor Presidente da República”, declarou.
“Obviamente, estou totalmente disponível para colaborar com a justiça em tudo o que entenda necessário para apurar a toda verdade, seja sobre que matéria for. Quero dizer olhos nos olhos aos portugueses que não me pesa na consciência a prática de qualquer ato ilícito, ou sequer de qualquer ato censurável”, acrescentou.
Esta comunicação ao país de António Costa, a partir da residência oficial do primeiro-ministro, aconteceu também na sequência de buscas em São Bento, visando o seu chefe de gabinete, Vítor Escária, e membros do seu Governo.
António Costa apresentou a demissão ao fim de quase oito anos em funções como primeiro-ministro, cargo para o qual foi empossado em 26 de novembro de 2015 pelo então Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva.
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