As urnas abriram às 08:00, mas João Cotrim de Figueiredo já estava na Cidade Universitária, em Lisboa, pelas 07:45, para exercer o direito de voto antecipado em mobilidade.
“Levanto-me, normalmente, muito cedo, portanto, isto para mim não é novidade e como gostava de, no domingo que vem, estar com o Tiago [Mayan Gonçalves] no Porto o dia todo, resolvi votar antecipadamente”, disse aos jornalistas o deputado.
Em conversa com os jornalistas, disse que por não ter sido o primeiro a votar na secção 14 já não pôde “fazer a gracinha de que nesta secção de voto Tiago Mayan tem 100% dos votos”.
O presidente da Iniciativa Liberal foi uma das poucas centenas de pessoas que, logo pela manhã, estavam preparadas para votar. Na opinião de Cotrim de Figueiredo, esta mobilização mostra que os portugueses estão abertos a ainda mais formas de votar.
“Ao mesmo tempo isto é uma espécie de exemplo, de símbolo, de que os portugueses estão abertos a outras formas de votar. Não tem de ir tudo no mesmo dia, presencialmente, e custa-me que nestas eleições presidenciais, em que há um único círculo nacional, não se tenha feito mais esforço para experimentar mais zonas de voto eletrónico, para ter o voto por correspondência devidamente trabalhado”, exortou.
Os portugueses começaram hoje a votar, a uma semana das presidenciais de 24 de janeiro, através do chamado voto antecipado em mobilidade, para o qual 246.880 eleitores, um número recorde desde que esta modalidade foi introduzida, em 2019.
“A mobilização e o combate à abstenção também se faz através de novas formas de votar”, defendeu o liberal.
O presidente da IL optou por não fazer “muitos mais” comentários sobre as presidenciais, “porque, apesar de hoje não ser o dia oficial das eleições”, sente-se “na obrigação de também não fazer demasiada” campanha eleitoral.
Já o apelo ao voto, “esse sim, é universal, seja qual for a candidatura”, prosseguiu, já que “o direito a votar custou muito a ganhar e é bom que se exerça e exerça conscientemente”.
Questionado sobre que avaliação faz da primeira semana de campanha eleitoral de Tiago Mayan Gonçalves, o presidente da IL sublinhou que “os objetivos políticos da campanha já estão atingidos”, mas “os números veremos”.
Sobre a campanha eleitoral no geral, Cotrim de Figueiredo assumiu que o contexto de pandemia no qual está inserida vai ficar na memória: “Esta vai ser campanha mais bizarra das nossas vidas, porque, normalmente, a campanha é feita para ir ao encontro das pessoas, para estar com pessoas, esta é quase uma campanha feita para não estar com pessoas e para conseguir passar a mensagem de outra forma.”
As eleições presidenciais, que se realizam em plena epidemia de covid-19 em Portugal, estão marcadas para 24 de janeiro e esta é a 10.ª vez que os portugueses são chamados a escolher o Presidente da República em democracia, desde 1976.
A campanha eleitoral termina em 22 de janeiro. Concorrem às eleições sete candidatos, Marisa Matias (apoiada pelo Bloco de Esquerda), Marcelo Rebelo de Sousa (PSD e CDS/PP) Tiago Mayan Gonçalves (Iniciativa Liberal), André Ventura (Chega), Vitorino Silva, mais conhecido por Tino de Rans, João Ferreira (PCP e PEV) e a militante do PS Ana Gomes (PAN e Livre).
Depois da experiência de 2019, o voto antecipado em mobilidade alargou-se este ano, das capitais do distrito para as sedes dos concelhos, e o objetivo é simples: evitar grandes concentrações de pessoas devido à epidemia de covid-19 no país.
Na prática, a votação é distribuída, por dois dias, embora a esmagadora maioria vá votar no próximo domingo.
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