No total, 56.154 doentes apresentando sintomas do coronavírus foram registados entre 17 de março e 03 de abril pelos 2.048 médicos generalistas em todo o território que aceitaram participar no inquérito feito pelo sindicato.
Extrapolando os resultados ao conjunto dos médicos generalistas em França, o sindicato avalia em 1,67 milhões o número de pessoas infetadas pelo vírus naquele período — uma estimativa considerada “consistente” face à contagiosidade do vírus.
“Evidentemente, trata-se de uma extrapolação”, sublinhou o presidente do MG France, Jacques Battistoni, numa conferência de imprensa. Além disso, “são pessoas que foram consultadas e há ainda portadores saudáveis”, adiantou.
“Mas isto dá uma ideia da ordem de grandeza”, disse Battistoni, assinalando a “disparidade” entre o número de franceses infetados e o número de doentes da covid-19 hospitalizados (perto de 60.000 segundo os serviços de saúde franceses).
Se 1,6 milhões “é muito em relação ao número de doentes hospitalizados, é pouco se se tiver em conta a totalidade da população” francesa, perto de 67 milhões, destacou Battistoni, indicando que o número de franceses imunizados é “provavelmente baixo”.
O que significa que existirá um grande número de pessoas “suscetíveis de serem infetadas se as medidas de confinamento e as medidas barreira” forem levantadas, adiantou.
As autoridades de saúde ainda não divulgaram qualquer número sobre o número de franceses infetados. Apenas uma pequena parte da população foi testada.
Interrogado na quarta-feira na France info, Jean-François Delfraissy, presidente do conselho consultivo da covi-19, considerou existirem “elementos para o início de uma resposta”, adiantando que se começou “a testar a população em geral no Leste, no Oise”, zona no norte de França.
“Os primeiros dados que temos mostram que a imunidade populacional (percentagem de pessoas que já foram infetadas) é mais baixa do que imaginávamos. Talvez 10 a 15%”, declarou.
A França contabiliza 112.950 casos de infeção e 10.869 mortos.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,5 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram quase 89.000.
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