“Objetivamente, a obra não foi entregue, a obra para nós não está concluída”, afirmou o presidente da câmara, o independente Rui Moreira, durante a reunião do executivo.

Aos vereadores, o autarca afirmou que, apesar das notícias divulgadas pela Metro do Porto de que as obras do metrobus estavam concluídas, a empresa “ainda não procedeu à entrega das referidas obras à cidade do Porto”.

“Aliás, tem vindo a estar em contacto com os nossos serviços no sentido de aperfeiçoar algumas matérias que têm a ver com coisas que ainda não estarão concluídas”, assinalou, dizendo que o município também não tem conhecimento de que a Metro do Porto tenha realizado “a receção provisória das obras” por parte do empreiteiro.

Contactada pela Lusa, a Metro do Porto não quis comentar as declarações do autarca.

Durante a reunião, Rui Moreira afirmou ainda que, enquanto autoridade de transportes, o município do Porto não teve conhecimento, nem foi ouvido, sobre a intenção da Metro de alugar autocarros para operar no metrobus.

“Se a Metro do Porto o está a fazer é por sua iniciativa e risco próprio. Nós aliás fomos contactados por um operador que tem quatro machimbombos destruídos e nos veio perguntar se valia a pena reabilitar para alugar à Metro do Porto, nós dissemos que não temos conhecimento e portanto a autoridade de transportes, que somos nós, não tem conhecimento desta matéria”, indicou.

Na passada terça-feira, o Jornal de Notícias avançava que a Metro do Porto estava a tentar alugar autocarros para operar no canal do metrobus enquanto os veículos encomendados para aquele serviço não chegam.

Num relatório em que analisa os testes realizados a 29 de outubro no canal do metrobus com dois autocarros ‘standard’ elétricos, a Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) concluiu que a operação da linha 203 no canal do metrobus é “insegura, ineficiente e comercialmente desvantajosa”, e que as atuais condições comprometem o serviço e segurança dos passageiros.

O metrobus do Porto será um serviço de autocarros a hidrogénio que ligará a Casa da Música à Praça do Império (obra quase concluída) e à Anémona (na segunda fase) em 12 e 17 minutos, respetivamente.

Os veículos definitivos do serviço custaram 29,5 milhões de euros. Já a empreitada do metrobus custa cerca de 76 milhões de euros.