Segundo o vice-almirante Gouveia e Melo, está a ser criada “uma capacidade de organização e de administração de vacinas para uma quantidade muito grande de vacinas”. O objetivo é evitar stocks e acelerar a proteção da população portuguesa.
Nesse sentido, estão neste momento a ser criados 119 postos de vacinação rápida e 161 postos de vacinação reforçada, o que está a ser feito com o Ministério da Saúde e com “o auxílio precioso” dos autarcas.
Estão também a ser adaptados os sistemas de informação com agendamento centralizado e opções complementares aos métodos de agendamento até agora praticados, como o auto-agendamento.
O coordenador da ‘task force’ responsável pelo plano de vacinação contra a covid-19 adiantou que todo esse sistema está a ser preparado e está a ser testado, sendo que “muita da vacinação” já está a ser feita nesses centros de vacinação rápida, preparados para vacinar 600 pessoas ou mais por dia, e de vacinação reforçada para vacinar na ordem das 150 pessoas.
Estes últimos foram criados porque “há localidades que não necessitam de ter postos de vacinação massiva e rápida porque a população não é suficiente para esses postos”.
Mas, por outro lado, não se pretende criar uma distância grande entre essas populações e os postos de vacinação massiva e, por isso, foram criados estes centros intermédios para estarem “mais perto das populações”.
O coordenador da ‘task force’ lembrou que numa fase inicial o “principal desafio” foi a disponibilidade de vacinas e nesta o desafio será ter a capacidade para administrar os nove milhões de vacinas previstos para chegar a Portugal neste segundo trimestre.
“Esse desafio, se nós não o conseguirmos vencer pode constituir um estrangulamento. No entanto, nós estamos a preparar-nos para que isso não aconteça”, salientou.
Apontou como exemplo desta estratégia de preparação a vacinação dos professores no fim-de-semana em que só no sábado foram vacinadas cerca de 120 mil pessoas.
“Nós temos que nos preparar para vacinar 100 mil pessoas por dia e é isso que está a acontecer”, vincou, adiantando que os constrangimentos que poderão existir como de recursos humanos “estão a ser todos resolvidos em tempo”.
Sublinhou ainda que é preciso ter a noção de que “o país não estava preparado para vacinar 10 milhões de pessoas, duas doses, em quatro meses”.
“Havendo essa noção, o país está a preparar-se para fazer isso e a preparar-se conforme as vacinas chegam a território nacional e é isso que está a acontecer da forma mais natural possível”, vincou.
“É claro que eu, enquanto coordenador, e outros responsáveis pelo processo não podemos ficar despreocupados”, disse, elucidando: “Quando subimos um degrau numa escadaria que vai ser muito longa não podemos pensar que já chegamos ao topo da escadaria” que neste caso é ter vacinado toda a população portuguesa.
Questionado se há muito portugueses a recusar serem vacinados, afirmou que ainda não tem esse valor de “forma bem quantificada em termos estatísticos”, mas afirmou que em termos qualitativos não é isso que os centros de vacinação estão a reportar.
Mas, acrescentou, “em 10 milhões de portugueses que precisam ser vacinados, há pelo menos sete, oito milhões que querem ser. Os outros que não querem ser vacinados nesta fase, eventualmente, podem, entretanto, mudar de opinião”.
Segundo os últimos dados disponíveis, já foram administradas 2.586.728 doses de vacinas, das quais 652.874 foram segundas doses.
A covid-19 já matou em Portugal 16.951 pessoas dos 831.645 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
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