Na conferência desta sexta-feira estiveram presentes o Secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, e o subdiretor-Geral da Saúde, Rui Portugal.

  • A taxa de mortalidade geral da Covid-19 em Portugal é de 3,3%. Todavia, sobe para 15,7% nas faixas dos 70 anos para cima;
  • "Em agosto, a média de testes por dia é superior a 13 mil, o que faz com que sejamos o sexto país da União Europeia com mais testes por milhão de habitantes";
  • Foi também publicado o despacho que fixou os postos de trabalho médico nas zonas geográficas do país e especialidades definidas como carenciadas. "São 185 vagas, o maior número de sempre para zonas do país que mais delas necessitam como o Algarve, as Beiras, Trás-os-Montes, às quais o Governo atribui um conjunto de incentivos aos profissionais que a elas se candidatam, porque reconhecemos que a força de trabalho é o motor do Serviço Nacional de Saúde e queremos profissionais de saúde motivados", vincou.
  • Foram contratados 4.300 profissionais de saúde: 1.600 operacionais, mais de 1.300 enfermeiros, 170 médicos, entre outros, como técnicos superiores de diagnósticos e terapêutica. O Secretário de Estado da Saúde informou ainda que foram abertos 435 postos de trabalho na especialidade de Medicina Geral e Familiar. "O maior número de vagas para médicos de família dos últimos tempos", justificou. "Temos feito um reforço importante ao nível dos recursos humanos para garantir que o Serviço Nacional de Saúde vai tendo capacidade de resposta às diferentes fases da pandemia", afirmou ainda António Lacerda Sales.
  • Como será no Inverno? "Estamos a preparar o novo plano Outubro/Inverno", disse António Lacerda Sales. Preparar, avaliar e responder. É um plano que terá uma base e um pilar na implementação de medidas quer ao nível de serviços de saúde (centros de saúde, hospitais) quer ao nível de capacidade de testagem, ao de nível de acesso e da valorização. Isto é, um reforço das estruturas de saúde pública. Contudo, quis enfatizar que houve um "reforço" de recursos humanos — "o pilar de qualquer organização", fazendo com que o Estado cumpra "o seu papel social".
  • Confinamento é a maneira mais eficaz para cortar cadeias de transmissão, de acordo com a Rui Portugal. "O conhecimento sobre a evolução da pandemia no hemisfério sul é particularmente relevante nesta altura e a Austrália é um bom modelo", explicou o subdiretor-geral da Saúde. Todavia, "vemos que na Europa, com as medidas que aliviam e depois voltam a ser mais restritivas, que estas devem servir-nos de ensinamento", afirmou.
  • Rede de cuidados continuados tem apenas um doente, onde não se regista nenhum óbito desde 10 de abril, anunciou hoje o secretário da Estado da Saúde. António Lacerda Sales avançou ainda que foram transferidos mais de 7.600 doentes dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde para a RNCCI desde 9 de março e encontradas mais de 700 respostas sociais que permitiram libertar camas hospitalares. Presente na conferência, a coordenadora da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, Purificação Gandra, começou por recordar a sua presença na conferência no Domingo de Páscoa, há quatro meses, a apresentar a situação da covid-19 na RNCCI.
  • "Acompanhamos diariamente a informação reportada por 393 unidades de cuidados de internamento, com cerca de 9.300 doentes internados e cerca de 15 mil profissionais", disse Purificação Gandra. Sublinhando que "os maus momentos também necessitam de ser lembrados pela aprendizagem" que proporcionam, a responsável lembrou que na segunda quinzena de abril a rede teve "um máximo de 110 doentes infetados em 26 unidades, sendo que 16 doentes foram internados nos hospitais do SNS por agravamento do seu estado clínico". Realçando que a região do Algarve foi a única que não registou qualquer doente infetado nas suas 19 unidades da rede, com um total 527 camas. Adiantou ainda que desde o início da pandemia foram efetuados 14.400 testes, dos quais 167 acusaram positivo. Atualmente, "há 12 profissionais infetados com covid-19 que não constituem qualquer risco para os doentes dado que estão em casa a fazer o respetivo isolamento".
  • Ponto de situação no Lar de Nossa Senhora da Luz, em Torres Vedras. "De 80 residentes, 48 testaram positivo. Dessas, 17 estão internadas. Outra pessoa está internada, mas com resultado negativo, com outro tipo de comorbilidade", indicou Rui Portugal. Assim, quatro pessoas estão internadas no Hospital de Abrantes, 12 no Hospital de Torres de Vedras e um no Hospital de Santa Maria, em Lisboa.
  • Abertura dos centros de dia. "Está prevista a emissão das regras em termos de controlo. E tem que ver com várias com várias situações. Uma delas é a situação epidemiológica do país. A situação é diferente daquela que ocorreu há dois ou três meses atrás. Há um conjunto de condições ao nível da incidência da doença em relação ao país em geral e em algumas regiões em particular, que têm condições diferentes diferenciadas. E a vida vai acontecer, avaliando caso a caso, percebendo as medidas necessárias para a retoma para vários diferentes tipos de atividades", explicou Rui Portugal.
  • Questionado sobre o aumento dos casos durante esta semana, Rui Portugal enfatizou que não é possível ter neste momento uma situação de risco zero. "Não esperemos, neste momento, com a situação epidemiológica que temos, que tenhamos risco zero. Não existe. Como também não existe risco zero se eu estiver a ciclar na cidade de Lisboa, pois posso ser atropelado. Em relação aos números desta semana, se é verdade que tem vindo sucessivamente a aumentar, reparem bem que apesar de tudo, comparando com a semana anterior, há um ritmo relativamente ao número de infeções no dia de semana e nós reconhecemos esses números, se olharmos para a mediana. Estamos na semana 32, e estamos em melhor condição", reforçou.
  • Os lares em Portugal e o inquérito da Ordem dos Médicos sobre o lar de Reguengos de Monsaraz, onde é a conclusão é de que o espaço não cumpria as normas da DGS. De acordo com Rui Portugal, "tem havido maior vigilância" nos lares, nomeadamente em Faro, Évora, Setúbal, entre outros. Contudo, salientou que "as autoridades de saúde regionais e locais são as autoridades de maior responsabilidade junto aos lares". O que não quer dizer que "estejamos totalmente satisfeitos e que não possamos melhorar em relação àquilo que diz respeito às intervenções", aferiu.

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