“O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) e o Banco Africano de Exportações e Importações (Afreximbank) estão extremamente envolvidos na ajuda financeira para a produção e distribuição de vacinas, o BAD deu 27 milhões de dólares [23 milhões de euros] para apoiar o África CDC e o Afreximbank reservou 5 mil milhões de dólares [4,2 mil milhões de euros] para o CDC e a União Africana para apoiar o acesso à vacina no continente”, anunciou hoje John Nkengasong.
Durante a conferência de imprensa semanal do África CDC, o diretor salientou que a distribuição de vacinas em África será “o maior esforço de imunização de sempre no continente”, admitindo que “como não vai haver vacina para todos num momento inicial, há que definir com os governos quem vai receber primeiro”.
O financiamento da produção e as questões relativas à distribuição da vacina ocuparam boa parte da conferência de imprensa, mas para John Nkengasong é preciso salientar que “a vacina não é uma solução mágica” e o mais importante é manter as medidas de proteção e combate à propagação da covid-19.
“Temos de ficar vigilantes, manter o distanciamento social, lavar as mãos e usar sempre máscara, porque isto vai ser o novo normal e ninguém está seguro até estarmos todos seguros”, disse o responsável.
Já esta semana, o Banco Mundial anunciou 12 mil milhões de dólares [10,2 mil milhões de euros] para o financiamento da compra e distribuição da vacina nos países menos desenvolvidos, a que se junta um anúncio feito em 06 de outubro de mil milhões de dólares [850 milhões de euros] de países desenvolvidos, entre os quais estão o Reino Unido, Suécia, Itália e Alemanha, lembrou o responsável.
Na conferência desta manhã, que contou com a presença da diretora regional da Organização Mundial de Saúde para África, Matshidiso Moeti, foi assumido que é normal que haja um aumento de casos de covid-19 decorrentes da reabertura das economias.
“Com a abertura das economias, aumentamos o número de casos, isso é normal, o que temos de fazer é aumentar as medidas de saúde públicas, aumentar os testes, usar máscara, melhorar a higiene, lavar as mãos e envolver a comunidade num esforço que tem de ser todos, sem sucumbir à fadiga, não podemos descansar porque as consequências seriam desastrosas, basta olhar para a Europa”, disse Moeti.
A responsável rejeitou, no entanto, uma ligação direta entre o significativo aumento de casos no continente europeu e a propagação da doença em África, sublinhando que isso é apenas a consequência da reabertura das economias.
“Ambos os continentes estão a passar pela mesma experiência de abertura, há aumentos preocupantes nalguns países europeus e o mesmo está a acontecer em África”, concluiu Moeti.
África registou nas últimas 24 horas mais 254 mortes devido à covid-19, para um total de 39.122, havendo 1.603.982 infetados, mais 11.433, segundo os últimos dados relativos à pandemia no continente.
De acordo com o África CDC, nas últimas 24 horas, o número de recuperados nos 55 Estados-membros da organização foi de 7.072, para um total de 1.325.204 desde o início da pandemia.
O primeiro caso de covid-19 em África surgiu no Egito, em 14 de fevereiro, e a Nigéria foi o primeiro país da África subsaariana a registar casos de infeção, em 28 de fevereiro.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de um milhão e oitenta e sete mil mortos e mais de 38,2 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China
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