O chefe de Estado sul-africano disse que o Governo vai implementar o “confinamento de nível 2 ajustado”, advertindo para a “iminência de uma terceira vaga” da pandemia da covid-19 em pelo menos quatro das nove províncias do país.

Ramaphosa referiu, num anúncio ao país pela televisão, que a África do Sul registou uma média de 3.745 novas infeções por dia, significando um aumento de 31% de novos casos de infeção nos últimos sete dias e 66% na semana anterior.

“A proporção de testes à covid-19 positivos mais do que duplicou no último mês, de cerca de 4% para mais de 11%, mesmo com o aumento dos testes em todo o país”, salientou.

O Presidente sul-africano considerou que “uma taxa de positividade de mais de 5% é um motivo de preocupação”, sublinhando que “ainda não sabemos se a nova onda será severa ou por quanto tempo irá durar”.

De acordo com Cyril Ramaphosa, o aumento de casos diários “segue a mesma trajetória do início das duas vagas anteriores”, sublinhando que as províncias do Estado Livre, Cabo Oriental, Noroeste e de Gauteng atingiram “uma terceira vaga de infeções”.

Como parte das novas medidas ajustadas de confinamento contra a covid-19, o chefe de Estado sul-africano anunciou um novo recolher obrigatório entre as 23:00 locais e as 4:00 do dia seguinte e o encerramento de bares e restaurantes às 22:00, apelando aos sul-africanos para evitarem “viagens desnecessárias”.

“Devemos estar cientes de que o vírus não se move de um lugar para outro por si mesmo, depende da movimentação de pessoas. Quanto menos viajarmos, menos o vírus se espalha”, referiu.

Nas últimas duas semanas, notou Ramaphosa, mais de 960.000 pessoas receberam já uma dose da vacina contra a covid-19 na África do Sul, das quais 480.000 foram vacinadas com a primeira dose da vacina Pfizer.

“Mais de 67% dos funcionários da saúde foram vacinados”, avançou Ramaphosa, explicando que estes “profissionais de saúde receberam a vacina Johnson & Johnson, que requer apenas uma única dose”.

Ramaphosa revelou que o Governo assegurou 31 milhões de doses da Johnson & Johnson e 20 milhões de doses da Pfizer, mas que tem apenas 1,3 milhões de doses atualmente no país.

Nesse sentido, o chefe de Estado explicou que a entrega das vacinas da farmacêutica Johnson & Johnson, foi adiada devido a “questões regulatórias” relacionadas a falta de adesão aos padrões adequados numa das fábricas nos Estados Unidos da América, segundo o presidente sul-africano.

A África do Sul, que pretende vacinar cerca de 40 milhões de pessoas até ao final do ano, contabiliza mais de 1,6 milhões de casos confirmados de covid-19 e mais de 56.000 mortes associadas à doença do novo coronavírus, segundo as autoridades de saúde sul-africanas.

O Presidente Ramaphosa afirmou que o continente africano está a envidar esforços para expandir a sua capacidade de produção de vacinas com vista “a ser autossuficiente na produção de vacinas”.