Interpelado pelos jornalistas à margem da inauguração de uma loja, no Funchal, sobre se as novas medidas de contenção da covid-19 anunciadas na quinta-feira são obrigatórias ou recomendadas, Miguel Albuquerque sublinhou a necessidade de cumpri-las para que a pandemia não entre em descontrolo.
“Chame o que quiser. A minha preocupação é esta e acho que é bom os madeirenses perceberem isto: se nós perdermos a capacidade de monitorizar e controlar as cadeias de transmissão, entramos em colapso sanitário”, vincou.
“Entrar em colapso sanitário significa que perdemos o controlo da pandemia. Se perdermos o controlo da pandemia, temos que passar ao confinamento. Se passarmos ao confinamento, encerra tudo e não temos capacidade de resposta dos serviços de saúde”, acrescentou.
O presidente do Governo Regional, de coligação PSD/CDS-PP, realçou também que tem de se manter a capacidade operacional dos cuidados intensivos, bem como da zona dedicada à covid-19.
“Neste momento não há nenhuma brincadeira. Se a pandemia está em expansão, a obrigação imperativa do Governo é fazer tudo para impedir e conter a expansão da pandemia”, defendeu, apontando que no início da semana existiam 70 cadeias de transmissão identificadas, que ultrapassam agora as 120.
Confrontado com a constitucionalidade das normas, Albuquerque frisou que estas “são tomadas no quadro do plano de contingência tendo em vista a salvaguarda da saúde pública”.
E voltou a dizer: “É muito mais importante as pessoas perceberem, de uma vez por todas, que é fundamental nesta fase crítica que, ou nós mantemos o controlo das cadeias de transmissão e temos a monitorização dessas cadeias ou, se as perdermos, entramos em colapso sanitário”.
“Nós não podemos, na Madeira, entrar em colapso sanitário, senão temos de encerrar isto tudo e temos a situação descontrolada em termos de transmissão de doença”, avisou.
Miguel Albuquerque revelou ainda que foram hoje administradas na região cerca de 500 vacinas contra a covid-19 referentes à primeira dose.
“Só por causa disto, já valeu a pena”, considerou.
Questionado, por outro lado, sobre os turistas não vacinados que visitem a região não poderem, a partir de 27 de novembro, frequentar espaços como hotéis e restaurantes, o presidente do Governo Regional respondeu que “a ideia é evitar que as pessoas não vacinadas entrem na Madeira”.
Apesar da elevada taxa de vacinação, a Madeira tem registado, nas últimas semanas, uma média diária superior a 50 novos casos de infeção e também um aumento do número de mortes associadas à doença, o que levou o Governo Regional a determinar novas medidas sanitárias, como a obrigatoriedade de apresentação cumulativa de certificado de vacinação e teste antigénio para frequentar a maioria dos recintos públicos e privados.
Albuquerque anunciou na quinta-feira que a necessidade de apresentação de um teste antigénio e do certificado de vacinação entrava em vigor às 00:00 de sábado, o que originou hoje enormes filas em torno das farmácias e dos postos de testagem do centro do Funchal.
O Governo da Madeira veio depois clarificar, num comunicado hoje enviado às redações, que, até ao dia 27 (sábado da próxima semana), será solicitado aos cidadãos apenas “a apresentação do certificado de vacinação ou do teste rápido antigénio” nos locais onde, depois dessa data, passarão a ser necessários os dois documentos.
A medida aplica-se a setores ligados ao desporto, restaurantes, cabeleireiros, ginásios, bares e discotecas, eventos culturais, cinemas, atividades noturnas, jogos, casinos e outras atividades sociais similares.
A maioria das medidas, como a obrigatoriedade do uso de máscara em espaços abertos e fechados e da apresentação de testes antigénios em alguns locais, vai vigorar a partir das 00:00 de sábado.
De acordo com o boletim epidemiológico diário da Direção Regional da Saúde da Madeira de quinta-feira, a Madeira tem 452 casos de covid-19 ativos e 43 pessoas hospitalizadas, sete das quais em cuidados intensivos.
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