Em declarações à Lusa, Amorim Pereira confirma foi pedido por alguns sócios o adiamento da assembleia-geral da Associação marcada para sexta-feira, face à situação de pandemia por Covid-19.
"Três ou quatro pessoas suscitaram esta questão. A todas foi respondido por mim que, respeitando as orientações da Organização Mundial de Saúde [OMS] e da Direção Geral da Saúde [DGS] e tendo o número de associados não vejo motivo para adiar", disse.
Aquele responsável considera que não se pode adiar uma assembleia-geral "porque há três ou quatro pessoas" que pedem esse adiamento e porque "existe um clima de alarme".
"O país não pode parar", rematou, reiterando não ver razão para tal.
Amorim Pereira salienta que em relação a recintos fechados, como é o caso do Coliseu do Porto, a maior sala de espetáculos da cidade, o que a DGS diz é que não deve haver concentrações de mais de 150 pessoas, "que é uma coisa que nunca se porá".
O presidente da mesa da Assembleia-geral acrescenta que em caso de não haver quórum, é realizada uma nova sessão 30 minutos depois, tal como prevê a convocatória.
"Aliás tem sido sempre, nunca há quórum. Isso que fique claro, nunca há quórum na primeira convocatória, tem sempre de se esperar meia hora para haver quórum", explicou, sublinhando que em todas as assembleias-gerais do Coliseu "têm pouca gente".
Mas mesmo que seja 40/50 pessoas não me parece que haja aqui qualquer razão para adiar. Então eu tinha de alinhar numa situação de perigo inventado por mim", concluiu.
Na assembleia-geral de sexta-feira, os sócios dos Coliseu decidem, sob proposta dos parceiros institucionais - CMP, AMP e Ministério da Cultura - "deliberar mandatar a Direção para lançar concurso público com vista à concessão do Coliseu do Porto, que deverá ter como objeto principal a reabilitação, requalificação e exploração desse equipamento".
Naquele ponto pede-se ainda que se delibere "sobre a definição das linhas principais desse concurso e a participação dos três associados institucionais no processo, recomendando à Direção os termos em que deve, entretanto, adequar a atividade do Coliseu do Porto para assegurar a concretização do concurso e da concessão".
Na proposta a discussão, e a que a Lusa teve acesso, os parceiros institucionais propõem ainda que se diligencie a revisão do "estudo de diagnóstico e metodologia de intervenção", cingindo-o às intervenções estritamente necessárias". Neste âmbito, na proposta pede-se também que seja retirado do "plano de custos tudo aquilo que possa constituir uma opção de intervenção para o futuro concessionário".
Entre outros assuntos, os associados vão eleger os representantes da Câmara Municipal do Porto (CMP) e da Área Metropolitana do Porto (AMP) para a direção, para o triénio 2020/2022, bem como a eleição dos membros da Assembleia Geral.
A forma como o processo sobre o futuro do Coliseu foi gerida conduziu já a três demissões, entre eles, o presidente da direção dos Amigos do Coliseu, Eduardo Paz Barroso, que soube da sua substituição no cargo pela comunicação social.
A intenção de concessionar o Coliseu do Porto foi anunciada pelo presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, no dia 29 de janeiro. À data, o autarca explicava que, na impossibilidade de recorrer a fundos comunitários, esta foi a solução encontrada para garantir o restauro daquela sala de espetáculos.
Em fevereiro, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) garantia, no entanto, que não é de excluir a possibilidade de enquadrar, no âmbito do Norte 2020, as obras de restauro do Coliseu do Porto.
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