Depois de reunir com a Comissão Municipal de Proteção Civil, o presidente da Câmara Municipal de Ovar, Salvador Malheiro, decidiu ativar o Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil para o concelho.
A decisão foi conhecida através de um comunicado publicado nas redes sociais oficiais da autarquia.
O plano entrou em vigor a partir das 00:00 horas de hoje, tendo também sido declarada a situação de alerta no concelho e reativado o gabinete de crise.
A decisão foi tomada dada a "evolução epidemiológica no âmbito da pandemia da doença Covid-19" no concelho, sendo que vai ser mantida em vigor "enquanto se justificar".
A decisão resulta de um despacho em que o presidente da autarquia, o social-democrata Salvador Malheiro, refere "o aumento significativo do número de casos de infeção registados nas últimas semanas no país e na Europa" e reconhece que "o concelho de Ovar tem vindo a acompanhar essa tendência".
O último boletim epidemiológico da autarquia referia esta segunda-feira o aparecimento de "30 novos casos de covid-19" no espaço de 24 horas, o que perfazia um total de 143 casos ativos no município - que abrange um território com cerca de 55.400 habitantes e 148 quilómetros quadrados.
Em termos globais, esses últimos diagnósticos contribuíam assim para um total acumulado de 1.003 casos de infeção pelo vírus SARS-CoV-2 desde o início da pandemia, assim como 41 óbitos.
Para Salvador Malheiro, isso significa que "urge adotar, de imediato, medidas que, sem comprometer a sustentabilidade económica e social local, apelem e conduzam a um comprometimento pessoal e coletivo pró-ativo, de forma a serem evitados novos focos de contágio comunitário e nos núcleos familiares".
O estado de alerta municipal prevê ainda a possibilidade de virem a ser adotadas outras medidas preventivas, de acordo com a análise à situação epidemiológica municipal, "em estrita e permanente articulação com a Autoridade de Saúde Local".
A medida, porém, não se trata de criar um estado equivalente ao estado de emergência. Um Plano Municipal de Emergência, conforme é definido pela Proteção Civil, "é um documento formal que define o modo de actuação dos vários organismos, serviços e estruturas a empenhar em operações de proteção civil a nível municipal", sendo que, na prática, "exprime um conjunto de medidas, normas, procedimentos e missões, destinado a fazer face a uma situação de acidente grave ou catástrofe e a minimizar as suas consequências".
Esta foi também a justificação que Salvador Malheiro deu. "Decidimos ativar este plano para podermos estar muito mais operacionais, para podermos eventualmente, no futuro, tomar medidas preventivas sempre que tal se justifique", explicou o autarca, em declarações à TVI24.
Por isso mesmo, Malheiro pede que não se entre em alarmismos, até porque, "em termos práticos", a ativação deste plano "não vai ter consequência nenhuma".
Recorde-se que o município de Ovar esteve sujeito a cerco sanitário de 18 de março a 17 de abril devido à disseminação comunitária da doença, o que implicou o controlo de entradas e saídas nas fronteiras do concelho e a suspensão da maioria da sua atividade empresarial. Várias empresas e negócios encerraram durante o período de confinamento e não voltaram a abrir, registaram-se despedimentos e a taxa de desemprego é das mais altas do distrito.
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