“Como não há uma medida específica para os parques, vamos adaptar as medidas que foram exigidas para reabrir. No caso do Badoca vamos evitar as enchentes que estamos habituados a ter nos safaris, rafting e na restauração, confinando os espaços e obedecendo às distâncias, limites e desinfeções das áreas”, explicou à agência Lusa Francisco Simões de Almeida, sócio-gerente do parque temático.
Quase dois meses depois de ter encerrado as visitas ao público, o parque temático, situado no concelho de Santiago do Cacém, divulgou esta semana que já está a aceitar reservas "para uma experiência inesquecível" com o limite máximo de seis pessoas da mesma família.
“As pessoas fazem muitas perguntas e querem saber se é seguro”, salientou o sócio-fundador do parque temático que completou na quinta-feira 21 anos de existência.
O responsável do Badoca Safari Park, que se preparava para abrir a nova temporada, em março, quando surgiu a pandemia de covid-19, reclama “medidas muito urgentes” por parte do Governo para os parques que tenham animais ao seu abrigo.
“Ou há uma medida que terá de ser tomada com muita urgência por parte do Governo, de uma linha a fundo perdido, para os parques animais ou então estou condenado. Com as medidas que vou ter de tomar, com os investimentos que vou ter de fazer para reabrir e as limitações que vou ter de adotar para os visitantes, não vou conseguir” manter o parque aberto, alertou.
No início da pandemia, o empresário do parque de Vila Nova de Santo André juntou-se “num grito de alerta” a outros parques nacionais com dificuldades semelhantes e, através da Associação Ibérica de Zoos e Aquários, enviou uma carta ao Governo para tentar resolver o problema.
“Fiz os alertas, esperei que houvessem apoios, medidas e ajudas. O tempo vai passando e não existe nada e isto é um problema com um fim muito triste”, lamentou o fundador que, mesmo sem apoios, tem “obrigações com os trabalhadores” e investimentos “em gasóleo, eletricidade e rendas” para reabrir o parque.
Segundo o sócio-gerente do parque, que tem uma capacidade para 1.500 pessoas, apesar da abertura no próximo mês de junho, o número de visitantes vai ficar muito aquém dos 120 mil alcançados em anos anteriores.
“Se entre junho e agosto tiver mil pessoas por dia chegarei aos 90 mil visitantes, que é um número muito curto para o que estamos habituados a ter, que é de 120 mil pessoas e é completamente impossível ter uma média de mil pessoas todos os dias no parque”, acrescentou.
Para fazer face “aos milhares de euros de prejuízos”, o parque alentejano lançou nas redes sociais a campanha “O Badoca Precisa de Si”, a apelar à solidariedade dos “amigos” na alimentação dos animais e na remuneração dos trabalhadores.
Criado em 1999, o Badoca Safari Park é um parque natural com uma área de 90 hectares, localizado no litoral alentejano, que assumiu como objetivo “a conservação e preservação das espécies”, bem como a contribuição para “a sensibilização ambiental”.
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