“Foi possível retirá-lo de ECMO [Oxigenação por Membrana Extracorporal] ao fim de cinco dias e ontem [terça-feira] o bebé foi extubado. Neste momento o bebé está bem”, disse a diretora clínica do Centro Hospitalar e Universitário São João (CHUSJ), Maria João Baptista.
Em causa está um bebé de 13 meses que esteve internado no Centro Materno Infantil do Norte (CMIN) por covid-19, mas teve que ser transferido para o São João por "alterações cardíacas".
Em conferência de imprensa, a médica, que apareceu junto dos jornalistas referindo de imediato que trazia “boas notícias”, adiantou que o bebé vai, para já, permanecer nos cuidados intensivos.
Maria João Batista referiu que tinha já visto o bebé esta manhã e que este estava “simpático e com os olhinhos abertos, a mexer os bracinhos e tudo”.
“É um bebé muito querido. Estamos todos muito felizes”, disse Maria João Baptista.
Sem querer adiantar estimativas para a passagem dos cuidados intensivos para a enfermaria, a diretora clínica referiu que o bebé que esteve ligado ao ventilador durante 11 “duros dias para a família e equipas” médicas “evoluiu bem e ultrapassou uma fase complicada, pelo que precisará de tempo".
“Só desde ontem [terça-feira] está a respirar sozinho [sem ventilador] portanto vamos dar tempo ao bebé para recuperar. Não vamos ter pressas”, sintetizou.
O bebé que foi transferido do CMIN, estrutura que pertence ao Centro Hospitalar Universitário do Porto (CHUP) que inclui o Hospital de Santo António, para o CHUSJ deu entrada com uma anomalia de ritmo muito grave.
Maria João Baptista adiantou que o bebé, que continua a testar positivo à covid-19, vai agora ser submetido a exames e estudos genéticos.
No CHUSJ estão mais oito crianças em enfermaria infetadas pelo SARS-CoV-2, todas “internadas não pela covid-19, mas por outras patologias, nomeadamente patologia oncológica”, acrescentou a diretora clínica.
Maria João Baptista revelou que recentemente esteve internada em cuidados intensivos uma criança de 10 anos, vacinada, que não precisou de ser ventilada, mas necessitou de recorrer àquele serviço por falência de órgão.
“Nunca é demais recordar que não temos de estar alarmados, mas temos de estar atentos. A covid-19 é uma doença que nas crianças, a maior parte das vezes corre muito bem. A maior parte das crianças são assintomáticas ou têm doença muito leve, mas, na dúvida, deve ser procurado o apoio médico de forma precoce, porque existem formas graves da doença e quanto mais rápido atuarmos, melhor será o prognóstico”, disse a médica em jeito de apelo.
A covid-19 provocou pelo menos 5.823.938 mortos em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 20.620 pessoas e foram contabilizados 3.111.858 casos de infeção, segundo a última atualização da Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.
A variante Ómicron, que se dissemina e sofre mutações rapidamente, tornou-se dominante no mundo desde que foi detetada pela primeira vez, em novembro, na África do Sul.
(Notícia atualizada às 13h34)
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