“Tenho de dar aos britânicos uma instrução muito simples: têm de ficar em casa”, disse, numa comunicação ao país transmitida pela televisão.

O primeiro-ministro reiterou que as pessoas só poderão sair à rua para comprar comida ou medicação, fazer exercício uma vez por dia ou viajar em trabalho, mas apenas se absolutamente necessário. O governo irá ainda encerrar todas as superfícies comerciais não essenciais, assim como parques infantis ou bibliotecas, e dará autoridade à polícia para fazer com que as novas regras sejam respeitadas, de acordo com o The Guardian.

"Senão seguirem estas regras a polícia terá autoridade para as implementar, incluíndo coimas ou dispersar multidões", disse. Depois, deu uma série de recomendações.

"Não se devem encontrar com os amigos. Se os amigos pedirem para se encontrarem, devem dizer não. Não se devem encontrar com membros familiares que não vivam na vossa casa. Não devem sair para ir às compras, excepto se for para bens essenciais como comida ou medicamentos — e devem fazê-lo o mínimo possível", disse Boris Johnson.

O primeiro-ministro lamentou ainda ter de tomar estas medidas, mas admitiu que "não existem opções fáceis" e que o caminho pela frente "é difícil e muitas vidas ainda vão ser perdidas".

"Nesta luta não podem existir dúvidas de que cada um de nós está diretamente envolvido. Cada um de nós está obrigado a juntar-se para parar a propagação desta doença, para proteger o nosso Serviço Nacional de Saúde, e para salvar muitas, muitas milhares de vida", alongou.

Recorde-se que na sexta-feira passada, dia 20, Boris Johnson tinha ordenado o encerramento de 'pubs', cafés, restaurantes e ginásios por tempo indeterminado, de modo a reduzir a propagação da pandemia de Covid-19 no Reino Unido.

O balanço mais recente das autoridades britânicas indica que o número de pessoas infetadas aumentou para 6.650 no Reino Unido, das quais 335 morreram.

Estas novas medidas seguem-se após críticas da oposição, da imprensa e de especialistas à relutância do governo em aplicar medidas mais rigorosas de distanciamento social, na sequência de imagens e relatos de muitas pessoas a passear ao ar livre este fim de semana.

Apesar de apoiar o governo, o líder interino dos Liberais Democratas, Ed Davey, disse existirem "questões legítimas sobre se esta fase deveria ter sido tomada mais cedo".

* Com agências