Os números de hoje apenas são superados pelo recorde de 4.195 mortes registado na terça-feira e pelas 3.869 vidas perdidas no passado dia 31 de março no país sul-americano, com 212 milhões de habitantes.
Seguindo a tendência observada ao longo de todo o mês de março, o Brasil continua a ser o país com o maior número de vítimas mortais em 24 horas em todo o mundo.
Em relação ao número de infeções, o Brasil teve hoje o segundo dia com mais casos detetados desde o início da pandemia, ao contabilizar 92.625 diagnósticos positivos de covid-19. No total, o país concentra 13.193.205 casos de infeção pelo novo coronavírus.
Ainda de acordo com o boletim epidemiológico, a taxa de incidência da doença no país, que enfrenta o seu momento mais critico da pandemia, aumentou hoje para 162 mortes e 6.278 casos por 100 mil habitantes.
Das 27 unidades federativas do Brasil, as que concentram maior número de infeções são São Paulo (2.576.362), Minas Gerais (1.182.847), Rio Grande do Sul (875.450) e Paraná (869.167).
São Paulo (79.443), Rio de Janeiro (38.282), Minas Gerais (26.303) e Rio Grande do Sul (21.261) são, por sua vez, os Estados com mais vítimas mortais.
Naquele que é o momento mais grave da pandemia no Brasil, com Unidades de Terapia Intensiva (UTI) públicas e privadas lotadas, sete em cada dez hospitais de excelência do país enfrentam problemas com abastecimento de oxigénio e anestésicos para tratar pacientes com covid-19 e correm o risco de ver os seus stocks acabarem nos próximos dias.
O levantamento feito pela Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), e divulgado pelo jornal Folha de S.Paulo, indica ainda que 75% das 88 instituições hospitalares analisadas em todo o país referem que só têm o abastecimento garantido para uma semana ou menos.
Segundo o editor executivo da Anahp, Antônio Britto, nenhuma instituição hospitalar se sente segura com um stock inferior a duas ou três semanas e que, para evitar um colapso, tem havido um movimento de empréstimo de produtos entre as unidades de saúde.
Vinte e uma capitais estaduais e o Distrito Federal estão com mais de 90% das camas de UTI públicas ocupadas com casos críticos da doença, um recorde desde maio do ano passado, ocasião em que a Folha de S.Paulo começou a monitorizar a ocupação hospitalar.
Apesar do momento que o Brasil atravessa, o Presidente, Jair Bolsonaro, continua a defender medidas sem eficácia contra a covid-19 e a criticar duramente o isolamento social.
“Seria muito mais fácil a gente ficar quieto, se acomodar, não tocar nesse assunto, ou atender, como alguns querem, que eu faça o ‘lockdown’ (confinamento obrigatório) nacional. Não vai ter ‘lockdown’ nacional”, frisou hoje o mandatário, numa visita ao município de Chapecó, em Santa Catarina.
“Vamos procurar alternativas, não vamos aceitar a política do fique em casa, feche tudo, ‘lockdown’. O vírus não vai embora. Esse vírus, como outros, veio para ficar e vai ficar a vida toda. É praticamente impossível erradicá-lo”, disse Bolsonaro, um dos chefes de Estado mais negacionistas em relação à gravidade da pandemia em todo o mundo.
Bolsonaro considerou ainda que é o “único líder mundial que apanha isoladamente”, salientando que “seria mais fácil ficar do lado da massa, da grande maioria” e não ser “acusado de genocida”, mas que é necessário “liberdade”.
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