Ontem, muitas pessoas acorreram às praias do concelho de Cascais, aproveitando a máxima de 27 graus que se sentiu na região.
No entanto, de acordo com uma nota publicada no seu website, a Câmara Municipal de Cascais recorda que "praias do concelho não são um lugar seguro neste tempo e neste contexto", indicando duas razões.
A primeira razão, lembra a autarquia, prende-se "questões de saúde pública", mais especificamente "a propagação do Covid-19". "Vivemos num contexto de pandemia. É altamente desaconselhada a deslocação até às zonas balneares ou de grande concentração de pessoas. Vale sempre reafirmar o óbvio: a contenção do coronavírus é feita em casa, não é feita nas ruas ou nas praias", lembra a Câmara de Cascais.
Já a segunda, não se focando especificamente no atual cenário epidemiológico, "tem que ver com a segurança pública". "Ontem, nas praias de Cascais, registaram-se 20 ocorrências: dez de primeiros socorros e outras dez de salvamento. A Câmara de Cascais relembra que o Mar de inverno tem grande amplitude de marés, com correntes e ondulação fortes", lê-se no comunicado.
No entanto, mesmo considerando "desaconselhada e civicamente censurável a deslocação às praias" a autarquia vai avançar com algumas medidas para minimizar riscos, principalmente através da implantação de equipas de nadadores-salvadores.
Ainda assim, a autarquia recorda que "importa reter que este reforço não significa que as praias sejam vigiadas dentro dos moldes e contingentes habituais da época balnear".
A Câmara Municipal de Cascais recorda que "a contenção eficaz do Covid-19 não é feita nas praias", pedindo para as pessoas não irem a banhos e para os adultos vigiarem as crianças, não virando as costas ao mar.
Se estas "medidas contingentes" não forem respeitadas, a "Câmara de Cascais pondera ações mais drásticas como a interdição das praias do concelho", acaba a nota.
Já ontem, a Autoridade Marítima Nacional (AMN) alertou para os cuidados que os cidadãos devem ter nas praias, dado o “considerável aumento de pessoas a frequentar” estes espaços devido às medidas preventivas para contenção do surto de Covid-19.
“A Autoridade Marítima Nacional alerta para a não ida a banhos e recomenda que deverão ser redobrados os cuidados na praia e a adoção de um comportamento de segurança”, refere a AMN, num comunicado publicado na sua página na internet.
A AMN justifica este alerta com o facto de ter verificado “um considerável aumento de pessoas a frequentar as praias”, na sequência da “adoção de medidas preventivas para a contenção da propagação do novo coronavírus”.
“É importante ter em conta que o mar nesta época do ano é um mar de inverno, e as praias e zonas de costa apresentam risco elevado devido aos efeitos da agitação marítima, apresentando também a sua morfologia alterada pelo efeito da ondulação forte que se verifica normalmente neste período do ano, encontrando-se nelas fundões, declives acentuados, remoinhos e agueiros”, avisa a AMN.
Segundo o boletim epidemiológico divulgado hoje, Portugal registava 78 casos positivos. Até ao momento foram registados 637 casos suspeitos, 133 aguardam relatório laboratorial e há 4923 contactos em vigilância das autoridades de saúde.
O anterior balanço registava, na quarta-feira, 59 casos de infeção pelo novo coronavírus.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou na quarta-feira a doença Covid-19 como pandemia. A OMS justificou a declaração com os "níveis alarmantes de propagação e de inação".
A pandemia de Covid-19 foi detetada em dezembro, na China, e já provocou mais de 4.500 mortos em todo o mundo.
O número de infetados ultrapassou as 124 mil pessoas, com casos registados em 120 países e territórios, incluindo Portugal.
Quem suspeitar estar infetado ou tiver sintomas em Portugal - que incluem febre, dores no corpo e cansaço - deve contactar a linha SNS24 através do número 808 24 24 24 para ser direcionado pelos profissionais de saúde. Não se dirija aos serviços de urgência, pede a Direção-geral de Saúde.
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