O Ministério da Saúde revelou ao jornal Público que o prémio de desempenho aos profissionais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) que estiveram na linha da frente do combate à pandemia no primeiro estado de emergência vai chegar a cerca de 25 mil funcionários.

O prémio reparte-se no equivalente a metade da sua remuneração base mensal e é pago de uma só vez e num acréscimo de dias de férias. A atribuição tem sido contestada pelos sindicatos por não abranger todos profissionais de saúde.

Este prémio foi aprovado pelo parlamento, quando foi discutido o Orçamento Suplementar para este ano. Os critérios foram definidos e publicados em Diário da República recentemente.

O Ministério da Saúde disse ao Público que “serão abrangidos cerca de 25 mil profissionais do SNS, com um custo previsto de 23 milhões de euros”. A lei define que os profissionais vão receber o prémio ainda este ano, mas o ministério referiu que isso "é uma competência das unidades de saúde”.

Quanto aos dias de férias adicionais, está definida a atribuição de um dia por cada período de 80 horas de “trabalho normal efetivamente prestadas durante o estado de emergência” e um dia por cada período de 48 horas de “trabalho suplementar”.

Estes dias podem ser gozados até ao final de 2021o. “Relativamente ao número de férias atribuído, total e por área profissional, a informação está ainda a ser consolidada”, disse o Ministério da Saúde.

No final de novembro, em entrevista ao Público e à Rádio Renascença, a ministra da Saúde, Marta Temido, falou da possibilidade de prémios serem atribuídos aos profissionais de saúde que estão a trabalhar na área Covid-19 nesta segunda vaga da pandemia.

Os sindicatos do setor, segundo a RTP, contestam os critérios do Governo e lamentam que o prémio seja, para já, atribuído apenas aos profissionais envolvidos na primeira vaga da pandemia.

Questionada diretamente sobre se admitia alargar o prémio aos profissionais que atuaram na segunda vaga, Marta Temido respondeu: “Estamos neste momento a regulamentar uma norma que é votada pela Assembleia da República. E, portanto, obviamente, se houver esse quadro legal, certamente que sim", e acrescentou que “não há nenhum governo nem nenhum ministério da Saúde em concreto, ou nenhum ministro da Saúde, que não desejasse compensar o mais possível, até aos limites das suas possibilidades, aquilo que tem sido o empenho dos profissionais de saúde”.