Em declarações aos jornalistas no Infarmed, em Lisboa, no final de mais um encontro com sobre a "situação epidemiológica da covid-19 em Portugal", o sétimo desde o início da pandemia, o deputado considerou que as preocupações com Lisboa e Vale do Tejo “são evidentes hoje a todos”.
Na ótica de André Ventura, esta região “não terá uma solução fácil, não só em matéria de contenção da disseminação do vírus, mas também do ponto de vista do impacto que o vírus tem na própria comunidade”.
“Viu-se, aliás, que essa era uma das principais preocupações, quer do Presidente da República, quer do primeiro-ministro e também dos especialistas, o que é um sinal de que isto não será uma tarefa fácil”, salientou, falando numa “reprodução da contaminação muito elevada”.
A situação de Lisboa é, na sua ótica, “particularmente complexa, particularmente difícil”, até porque “é a região mais populosa do país”, existindo a ameaça de um “renascimento do surto epidemiológico de forma mais voraz”.
“Notoriamente os especialistas estavam preocupados com isso”, assinalou.
Para o Chega, é necessário “olhar para certas situações de contágio, quer seja na relação dos migrantes, quer na relação dos imigrantes, quer na relação de certas composições de certos bairros e certas zonas de forma diferente daquilo que é a abordagem genérica”.
Ventura transmitiu também que “cerca de 40% perderam rendimento, ou total ou parcial”, mais evidente em algumas faixas etárias e regiões do país, tendo o deputado apelado à constituição de soluções específicas para os mais afetados.
Assim, rejeitou “soluções genéricas que depois, dificilmente, conseguem caber e chegar a todos aqueles que neste momento necessitam”.
O deputado do Chega referiu ainda que hoje existe na sociedade uma perceção de que “o nível de risco é muito superior”, o que chega “falta de confiança” que pode ser prejudicial para a retoma da economia e ter “efeitos dramáticos”.
Ventura considerou que o Governo “tem muito poucas certezas em matéria de reabertura dos espaços comerciais de maior dimensão”, e disse que ficou “com a sensação de que o Governo voltará atrás nessa matéria”, mas é algo que terá de ser “muito bem” ponderado devido ao risco que pode constituir na disseminação da doença.
“Era fundamental que esta reflexão fosse bem feita, para não voltarmos depois a atrás quando já não o conseguirmos”, defendeu.
Portugal contabiliza 1.369 mortos associados à covid-19 em 31.596 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia divulgado hoje.
Relativamente ao dia anterior, há mais 13 mortos (+1%) e mais 304 casos de infeção (+1%).
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