"O Chega queria deixar muito claro que a razão de estarmos a tomar agora estas medidas, contra o comércio, contra a restauração, contra os espaços públicos, foi por não termos antes sido capazes de encerrar fronteiras, de encerrar espaços, de fecharmos e salvarmos aquilo que podia ser salvo", argumentou André Ventura, num vídeo enviado às redações.

A reação surgiu no seguimento das declarações do primeiro-ministro, António Costa, que falou hoje em conferência de imprensa no Palácio da Ajuda, em Lisboa, realizada após o Conselho de Ministros de mais de sete horas para aprovar medidas para aplicar o estado de emergência decretado na quarta-feira pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

O deputado único referiu ainda que Portugal continua a receber "voos de países da União Europeia onde a incidência do vírus é elevadíssima", sem qualquer tipo de controlo.

O Chega lembrou que "desde o início que quis o estado de emergência" e por isso compreende as medidas anunciadas pelo primeiro-ministro", no entanto, considerou que "estas medidas só são tomadas agora, de forma tardia, porque outras não foram tomadas no tempo em que deviam ser tomadas".

Para o partido, medidas como o "confinamento obrigatório de pessoas sob vigilância ativa, de doentes comprovadamente infetados" deveria ter sido imediatamente implementado, tal como o encerramento de fronteiras, "logo que se demonstrou que este vírus não conhecia fronteiras e era dos mais perigosos do ponto de vista da sua disseminação e da contaminação".

André Ventura concluiu com uma mensagem de apoio e solidariedade "para todos aqueles que estão na linha da frente na luta contra esta pandemia", endereçando-se por fim, aos países que "fecham fronteiras e impedem o repatriamento" de alguns portugueses: "Não se ficarão a rir depois disto".

"Será tempo depois de ajustar contas, agora é tempo de unidade", concluiu o deputado.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, infetou mais de 220 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 9.000 morreram.

O surto começou na China, em dezembro, e espalhou-se já por 176 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou hoje o número de casos confirmados de infeção para 785, mais 143 do que na quarta-feira. O número de mortos no país subiu para três.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, decretou o estado de emergência na quarta-feira - aprovado pelo parlamento, depois de parecer favorável do executivo - que prevê a possibilidade de confinamento obrigatório compulsivo dos cidadãos em casa e restrições à circulação na via pública, a não ser que seja justificada.

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