Num comunicado divulgado na noite desta sexta-feira, a DGS diz que "os cidadãos repatriados na sequência do surto de doença respiratória aguda por novo coronavírus (COVID-19) foram hoje testados pela segunda vez, durante a manhã", sendo que as "análises laboratoriais, que foram realizadas pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), com duas amostras biológicas, foram todas negativas".
A mesma fonte acrescenta que os vinte cidadãos repatriados — no Hospital Pulido Valente (Centro Hospitalar de Lisboa Norte) — "terminam amanhã o período de isolamento profilático voluntário de 14 dias".
Os 20 cidadãos repatriados vieram da China e chegaram a Lisboa em 02 de fevereiro.
As primeiras análises deram negativo e a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, disse à agência Lusa que uma equipa do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge estaria pelas 09:30 de hoje no Pulido Valente, para fazer uma nova recolha de amostras respiratórias.
Desde o início do mês que os 20 cidadãos estão instalados no Hospital Pulido Valente (Centro Hospitalar de Lisboa Norte), num isolamento voluntário que tem, essencialmente, caráter preventivo.
Também esta tarde, a DGS informou num outro comunicado que o caso suspeito de infeção por novo Coronavírus (2019-nCoV) em Portugal, que foi encaminhado para o Hospital Dona Estefânia, "resultou negativo após realização de análises laboratoriais pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), com duas amostras biológicas negativas".
A criança, indicou a DGS na manhã desta sexta-feira, trata-se de "uma criança regressada da China" que foi encaminhada "o "Hospital de Referência Pediátrico para estas situações".
Trata-se do sétimo caso suspeito em Portugal, depois de os anteriores terem sido declarados negativos.
Em Portugal, a Diretora-Geral da Saúde, Graça Freitas, indicou que o plano de contenção de Portugal para o surto do Coronavírus “tem um nível de preparação elevado” e que o país tem condições para lidar com possíveis casos positivos da doença.
A Fundação Champalimaud anunciou esta quinta-feira o cancelamento de uma conferência agendada para março "com base nos dados conhecidos até ao momento e as preocupações associadas à disseminação do coronavírus".
Segundo o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC), existem, neste momento, 35 casos confirmados na União Europeia (UE): 16 na Alemanha, 11 em França, três em Itália, dois em Espanha e um na Bélgica, na Finlândia e na Suécia.
A estes acrescem, na Europa, nove casos no Reino Unido.
A Comissão Nacional de Saúde da China reportou hoje 121 mortes, nas últimas 24 horas, pelo novo coronavírus, fixando em 1.380 o número total de vítimas mortais em todo o continente chinês.
Segundo a Comissão Nacional de Saúde, o número de infetados cresceu 5.090, para 63.581, na totalidade da República Popular da China, que exclui Macau e Hong Kong.
Só a província de Hubei, centro da epidemia, registou 116 mortos, nas últimas 24 horas, fixando o total em 1.318, e registou 4.823 novos casos, segundo a Comissão Nacional de Saúde.
No entanto, um comunicado emitido ao início da manhã (hora local) na China pelas autoridades de Hubei fixou o número total de mortos na província em 1.426.
Estas são as principais recomendações das autoridades de saúde à população
O surto do novo coronavírus detetado na China tem levado as autoridades de saúde a fazer recomendações genéricas à população para reduzir o risco de exposição e de transmissão da doença. Eis algumas das principais recomendações à população pela Organização Mundial da Saúde e pela Direção-geral da Saúde portuguesa:
- Lavagem frequente das mãos com detergente, sabão ou soluções à base de álcool;
- Ao tossir ou espirrar, fazê-lo não para as mãos, mas para o cotovelo ou para um lenço descartável que deve ser deitado fora de imediato;
- Evitar contacto próximo com quem tem febre ou tosse;
- Evitar contacto direito com animais vivos em mercados de áreas afetadas por surtos;
- Deve ser evitado o consumo de produtos de animais crus, sobretudo carne e ovos;
- Em Portugal, caso apresente sintomas de doença respiratória e tenha viajado de uma área afetada pelo novo coronavírus, as autoridades aconselham a que contacte a Saúde 24 (808 24 24 24). Caso se dirija a uma unidade de saúde deve informar de imediato o segurança ou o administrativo.
Combater a desinformação
A Organização Mundial da Saúde tem tentado também divulgar factos para combater a desinformação e mitos ligados ao novo coronavírus. Eis algumas dessas informações:
- É seguro receber cartas ou encomendas vindas da China, porque as análises feitas demonstram que o coronavírus não sobrevive muito tempo em objetos como envelopes ou pacotes;
- Não há qualquer indicação de que animais de estimação, como cães e gatos, possam ser infetados ou portadores do novo coronavírus. Mas deve lavar-se sempre as mãos após contacto direto com animais domésticos, porque protege contra outro tipo de doenças ou bactérias;
- Não há também prova científica de que o consumo de alho ajude a proteger contra o novo coronavírus;
- Usar e colocar óleo de sésamo não mata o novo coronavírus;
- As atuais vacinas disponíveis no mercado contra a pneumonia não previnem contra o coronavírus 2019-nCoV. Este novo vírus precisa de uma nova vacina que ainda não foi desenvolvida;
- Os antibióticos não servem para proteger ou tratar as infeções provocadas pelo coronavírus. Os antibióticos são usados para infeções bacterianas e não virais. Contudo, os doentes hospitalizados infetados com coronavírus poderão ter de receber antibióticos porque pode estar presente também uma infeção bacteriana;
- Pessoas de todas as idades podem ser afetadas pelo coronavírus. Contudo, pessoas mais velhas ou com doenças crónicas (como asma ou diabetes) parecem ser mais vulneráveis a ter doença grave quando infetadas.
O Covid-19: Países e territórios afetados
O novo coronavírus, que pode provocar doenças respiratórias potencialmente graves como a pneumonia, foi detetado pela primeira vez no final do ano em Wuhan, na província de Hubei (centro da China).
Desde então, e a par do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, foram confirmados outros casos de infeção do novo coronavírus em mais de 20 países.
A OMS declarou em 30 de janeiro uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional, o que pressupõe a adoção de medidas de prevenção e coordenação à escala mundial.
A organização das Nações Unidas já apelou à criação de um fundo de 675 milhões de dólares (613 milhões de euros) para combater o surto do novo coronavírus nos próximos três meses.
China
Quase 64.000 pessoas foram contaminadas na China, número que registou um grande aumento depois do país ter adotado um novo método de deteção, que começou a ser aplicado na quarta-feira. O vírus deixou pelo menos 1.380 mortos.
Quase todas as mortes aconteceram na província de Hubei, local do surgimento da epidemia, que tem Wuhan como capital.
Uma pessoa morreu em Hong Kong, onde foram detetados ao menos 51 casos.
Em Macau foram registados 10 casos.
Ásia
Japão: 33 casos no país, incluindo a morte de uma mulher, e pelo menos 218 a bordo do cruzeiro "Diamond Princess", em quarentena em Yokohama.
Singapura: 58 casos
Tailândia: 32 casos
Coreia do Sul: 28 casos
Malásia: 19
Taiwan: 18
Vietname: 15
Filipinas: 3, incluindo uma morte
Índia: 3
Camboja: 1
Nepal: 1
Sri Lanka: 1
África:
Egito: 1
Oceania
Austrália: 15
América do Norte
Canadá: 7 casos
Estados Unidos: 15 casos
Europa
Alemanha: 16 casos
França: 11 casos
Reino Unido: 9 casos
Itália: 3 casos
Espanha: 2 casos
Rússia: 2 casos
Bélgica: 1 caso
Finlândia: 1 caso
Suécia: 1 caso
Médio Oriente
Emirados Árabes Unidos: 8 casos
Comentários