"Já recebemos alguns pedidos de informação e reclamações que dizem que os consumidores, quando se dirigem a unidades de serviços de saúde privadas, são confrontados com a cobrança de um valor adicional destinado a pagar os equipamentos de proteção individual (EPI) dos profissionais de saúde", revelou à Lusa Paulo Fonseca, coordenador do departamento jurídico e económico da Deco.
Segundo o responsável, "esta cobrança está de facto a ocorrer e é generalizada nas várias unidades de saúde privadas", havendo queixas na Deco sobre a CUF, os Lusíadas e a Luz Saúde.
"Questionamos a própria cobrança do serviço, porque há elementos que fazem parte da segurança dos profissionais de saúde e que devem ser suportados pelas unidades, e não pelos utentes. Temos muitas dúvidas sobre se alguns adicionais podem ser cobrados", sublinhou.
Por isso, a associação vai enviar, na quarta-feira, uma carta à Entidade Reguladora da Saúde (ERS), pedindo esclarecimentos sobre esta situação, mas também vai contactar as principais unidades de saúde privadas com o mesmo intuito.
"Também nos preocupa se está a ser dada a informação prévia, e clara, aos consumidores, até sobre a possível comparticipação das seguradoras nestes adicionais que estão a ser cobrados", referiu Paulo Fonseca.
O especialista acrescentou que a Deco também vai perguntar como é que os grupos de saúde privados definem os preços dos equipamentos que estão a cobrar aos utentes.
"Como chegamos aos valores que estão a ser cobrados? Serão proporcionais ao custo dos EPI? Há alguma falta de transparência para o consumidor", rematou.
Hoje, a estação de televisão SIC noticiou que a rede Cuf está a cobrar aos utentes o valor do EPI dos profissionais de saúde. Ou seja, além do pagamento das consultas, neste período de pandemia, também são cobradas as luvas, as batas, as máscaras, entre outros equipamentos.
Portugal regista 762 mortos associados à covid-19 em 21.379 casos confirmados de infeção, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia.
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