“Não estão desaconselhadas visitas, não há ainda esse grau de risco”, afirmou Graça Freitas à saída de uma reunião com o Instituto da Segurança Social e os parceiros do setor social e solidário, justificando que “à data, só há casos esporádicos em Portugal, ainda não há transmissão comunitária ativa do vírus”.
Na reunião, que se prolongou durante cerca de três horas, estiveram presentes a diretora-geral da Saúde, o presidente do Instituto de Segurança Social (ISS), Rui Fiolhais, e representantes do Conselho Nacional de Cooperação do setor, nomeadamente a Confederação das Instituições de Solidariedade (CNIS), a União das Misericórdias e a União das Mutualidades e a Confederação Cooperativa Portuguesa (CONFECOOP).
Segundo a diretora-geral, a reunião que teve lugar no Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, em Lisboa, serviu, sobretudo, para estabelecer mecanismos de cooperação na apreciação das medidas mais adequadas, conforme a evolução da situação em Portugal.
À saída, Rui Fiolhais considerou que do encontro resultou um consenso no sentido de trabalho conjunto para fazer frente a esta epidemia, concordando que, para já, não se justifica desaconselhar as visitas aos lares.
Maria João Quintela, que esteve presente em representação da CNIS, também elogiou a colaboração entre a DGS, a ISS e os parceiros sociais que estão no terreno, sublinhando que, neste momento, também é importante transmitir às pessoas a confiança das instituições nas autoridades competentes.
A diretora-geral da Saúde garantiu ainda que, apesar de o momento ser de “tranquilidade”, as autoridades estão preparadas para emitir orientações diferentes numa eventual escalada do risco.
“Temos canais de colaboração e cooperação que podem ser ativados a qualquer hora, em qualquer dia, e, portanto, guardaremos as medidas para a altura em que forem necessárias”, assegurou.
A reunião da Direção-Geral da Saúde com os parceiros do setor social e solidário decorreu no mesmo dia em que o Governo regional de Madrid anunciou o encerramento de todos os centros de dia para idosos durante um mês.
Em Itália, onde foram já registados 4.636 casos, o Governo limitou temporariamente, por decreto, as visitas de parentes a lares e as saídas dos idosos sem ser em casos absolutamente necessários.
O surto de Covid-19, detetado em dezembro, na China, e que pode causar infeções respiratórias como pneumonia, provocou 3.456 mortos e infetou mais de 100 mil pessoas em 92 países e territórios.
Das pessoas infetadas, mais de 55 mil recuperaram.
Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) confirmou 13 casos de infeção.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou o surto de Covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional e aumentou o risco para “muito elevado”.
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