Numa carta aberta hoje enviada ao ministro Adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira, a AEVC, que representa cerca de 1.100 associados, acrescenta também que "urge" uma "atitude colaborativa e interventiva de todos os agentes para a rápida disponibilização dos apoios, moratórias para empresas e particulares sem ou com reduzida liquidez, solidariedade e cooperação interinstitucional"
No documento, o presidente da AEVC, Manuel Cunha Júnior, refere que "as micro, pequenas e médias empresas representam a esmagadora maioria das entidades empregadoras da nossa região", e que "maneira alguma poderão deixar de ser apoiadas na manutenção dos postos de trabalho e na sua própria sobrevivência".
"As medidas tomadas e a tomar não podem ignorar esta realidade", reforça a instituição.
Para a AEVC, "o atual período de gravíssima crise de saúde pública, com enormes consequências financeiras e económicas, exige do Governo a tomada de medidas também excecionais, no seu alcance e dotação, dirigidas a todos os cidadãos e cidadãs e a todas as empresas, independentemente do número de trabalhadores, volume de faturação, grau de internacionalização, de pertencerem ou não a setores considerados estratégicos".
"Mais do que fazer cenários para o efeito do vírus nas contas públicas, o que realmente importa, no momento, é salvar vidas e manter empresas e postos de trabalho", acrescenta a nota.
Hoje de manhã, à Lusa, Manuel Cunha Júnior avançou que cerca de 80% das 600 lojas comerciais instaladas na área urbana de Viana do Castelo fecharam portas por causa da pandemia de Covid-19.
O responsável explicou que "aquela estimativa resulta de um levantamento que está a ser feito junto do comércio, cafés e restauração na cidade de Viana do Castelo".
Segundo o presidente da AEVC, "o tecido empresarial instalado em todo o concelho de Viana do Castelo integra cerca de 3.400 empresas, perto de 1.000 dos setores de hotelaria, restauração e similares".
"No concelho de Viana do Castelo cerca de 70% das empresas já decidiram encerrar por causa da pandemia de Covid-19", especificou.
Relativamente a processos de 'layoff' (redução temporária dos períodos normais de trabalho ou suspensão dos contratos de trabalho efetuada por iniciativa das empresas, durante um determinado tempo), o responsável adiantou que "há muitas dúvidas porque todos os dias surge nova informação".
"Os empresários ainda estão a aguardar a clarificação da informação", referiu.
Manuel Cunha Júnior adiantou ainda que a AEVC vai bater-se pelo "reforço dos apoios que o Governo já anunciou para as pequenas e médias empresas (PME)e pela "desburocratização" no acesso a essas ajudas.
O responsável defendeu ainda a criação de uma linha de apoio apenas para as grandes empresas.
"Se as grandes empresas acederem aos apoios previstos para as PME, o dinheiro irá esgotar-se muito rapidamente. As grandes empresas devem ter uma linha de apoio diferente da que será disponibilizada para as PME, senão as PME não chegam lá nunca", frisou.
Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou hoje o número de casos confirmados de infeção para 448, mais 117 do que na segunda-feira, dia em que se registou a primeira morte no país.
Dos casos confirmados, 242 estão a recuperar em casa e 206 estão internados, 17 dos quais em unidades de cuidados intensivos (UCI).
O boletim divulgado pela DGS assinala 4.030 casos suspeitos até hoje, dos quais 323 aguardavam resultado laboratorial.
Das pessoas infetadas em Portugal, três recuperaram.
De acordo com o boletim, há 6.852 contactos em vigilância pelas autoridades de saúde.
Atualmente, há 19 cadeias de transmissão ativas em Portugal, mais uma do que no domingo.
Comentários