O Ministério da Saúde deste enclave palestiniano anunciou hoje que recebeu da OMS cerca de 19.500 testes, quantidade que permite assegurar os rastreios durante oito dias.
As autoridades sanitárias do enclave, que enfrenta há várias semanas um forte ressurgimento de novos contágios pelo novo coronavírus, alertaram no domingo que tinham deixado de fazer o rastreamento de novos casos de infeção por falta de ‘kits’ de testes.
“Apelamos a todos os organismos relevantes que intervenham de forma urgente” e forneçam “apoio às necessidades de emergência”, afirmou, no domingo, o Ministério da Saúde do enclave, num comunicado.
A Faixa de Gaza, 365 quilómetros quadrados de área onde vivem dois milhões de palestinianos, está sob bloqueio israelita desde junho de 2007, após o movimento islâmico Hamas ter assumido o controlo do enclave.
A OMS, agência das Nações Unidas, prevê enviar para Gaza, no decorrer desta semana, mais 295 ‘kits’ de testes, o que vai permitir realizar um total de 28.000 testes de diagnóstico.
Em declarações à agência espanhola EFE, uma porta-voz da OMS para os territórios de Gaza e da Cisjordânia explicou que o segundo carregamento de testes irá chegar nos próximos dias.
No entanto, a organização, que se tornou nos últimos tempos “o principal fornecedor” de testes para o enclave palestiniano, frisou que esta operação representa “um desafio contínuo” e que “a longo prazo é insustentável”.
Neste sentido, a OMS pede mais apoio e recursos por parte da comunidade internacional, mas também por parte da Autoridade Nacional Palestiniana (ANP).
A OMS lembrou que a ANP, que governa na Cisjordânia, “melhorou a (sua) capacidade financeira para fornecer provisões e equipamentos médicos essenciais para Gaza” desde que retomou, em novembro passado, a coordenação securitária com Israel.
Com um sistema de saúde precário e de fracos recursos, a Faixa de Gaza tem vindo a verificar um aumento de infeções há várias semanas.
Em novembro passado, o território registou sucessivos recordes diários de casos de covid-19 e na semana passada contabilizou 1.000 casos num único dia.
Desde o início da crise pandémica, em março, a Faixa de Gaza contabiliza mais de 25.500 casos positivos de covid-19 e 149 mortes.
Atualmente, o território tem mais de 10.500 casos ativos, dos quais 350 doentes estão internados, incluindo 147 em estado crítico.
Perante o aumento de novos casos, as autoridades de Gaza decidiram endurecer as restrições e decretaram, por exemplo, o encerramento de mesquitas, escolas e universidades desde sábado.
A partir da próxima sexta-feira também será imposto um recolher obrigatório total aos fins de semana (no caso específico de sexta a sábado), medida que se junta ao recolher noturno diário que está em vigor há meses.
A pandemia da doença covid-19 já provocou pelo menos 1.535.987 mortos resultantes de mais de 67 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
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