Os socorristas capacitados vão trabalhar em bases espalhadas em seis microrregiões da favela, ajudando nos primeiros socorros, como força auxiliar do Corpo de Bombeiros.

A preparação desta equipa decorreu em parceria com a União dos Moradores e do Comércio de Paraisópolis, o G10 das Favelas, o Grupo Bombeiro Caetano (GBC) e a Associação Bombeiro Mirim Juvenil Voluntário (BMJV), que cedeu as bolsas de estudos aos moradores que se formaram hoje.

A favela de Paraisópolis, localizada na região oeste de São Paulo, foi dividida em seis microrregiões: Centro, Grotão, Grotinho, Brejo, Prédios e Antonico.

Cada região terá 10 equipas, formando as 60 bases compostas por brigadistas que usarão pranchas longas, material de primeiros socorros e equipamentos de proteção individual (EPI) para atender os moradores da favela.

Além disso, a comunidade vai contratar 12 bombeiros civis, que irão auxiliar os moradores nas bases.

Os recursos para a compra dos equipamentos e para manter os profissionais estão a ser angariados através de uma campanha de financiamento coletivo.

Para Gilson Rodrigues, coordenador nacional do G10 das Favelas e líder comunitário em Paraisópolis, a iniciativa é uma resposta à falta de atendimento do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), que inclusive teve um posto desativado na região da favela.

“Em Paraisópolis, o SAMU dificilmente chega. A situação ficou pior depois que a base que atendia a região fechou”, afirmou Rodrigues.

A Primeira Brigada de Emergência de Primeiros Socorros de Paraisópolis é um projeto piloto implantado semelhante ao Resgate do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo.

O projeto das brigadas de socorristas irá formar novas turmas nas comunidades do Brasil que compõem a rede do G10 das Favelas, organização que reúne líderes comunitários que uniram forças em prol do desenvolvimento económico e protagonismo das comunidades pobres do Brasil.

O Brasil registou 114.715 casos confirmados e 7.921 mortes provocadas pela Covid-19, desde que a pandemia chegou ao país, segundo dados mais recentes do Ministério da Saúde.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 257 mil mortos e infetou quase 3,7 milhões de pessoas em 195 países e territórios.

Mais de um 1,1 milhões de doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.