“Hoje, a Saúde Pública francesa deverá anunciar um número não muito longe das 300.000 infeções nas últimas 24 horas”, um nível provavelmente recorde, afirmou Véran, ao discursar no Parlamento francês, lembrando que o recorde de casos num só dia ficou estabelecido em fins de dezembro, com cerca de 230.000 contaminados.

Os números atestam a magnitude da atual onda da epidemia com a chegada da variante Ómicron, consideravelmente mais contagiosa que as anteriores, embora a sua gravidade pareça limitada.

Os efeitos nos hospitais, porém, já se fazem sentir, com mais de 2.000 internamentos num só dia, segundo os dados divulgados segunda-feira pela Saúde Pública francesa.

O aumento nos casos registados é parcialmente explicado por um número sem precedentes de testes (PCR ou antigénios), tendo, segundo Véran, atingido na semana passada os oito milhões.

No entanto, o aumento da epidemia é muito real, como é evidenciado pelo salto na “taxa de positividade”, a proporção de casos nas pessoas testadas, ultrapassando atualmente os 15%, perto do recorde do outono de 2020.

Se o número de contaminações o deixa “impressionado”, como assumiu Véran, o ministro insistiu na proteção conferida pela vacinação, que permanece amplamente eficaz contra as formas graves da covid-19.

“Para um paciente vacinado com reforço, são 20 os não vacinados que se encontram nas unidades de cuidados intensivos”, continuou o ministro, defendendo a utilização do certificado de vacinação criado pelo Governo.

O Governo francês pretendia que a medida fosse aprovada no Parlamento na noite de segunda-feira, mas, numa reviravolta dramática, a votação foi atrasada por vários partidos da oposição, que conseguiram a suspensão dos debates.