Uma nota divulgada sábado na região pela vice-presidência do Executivo madeirense alerta para “a publicação de notícias falsas partilhadas nas redes sociais, que pretendem apenas aproveitar-se do atual momento para lançarem o pânico entre a população”.
No mesmo documento, destaca-se que “a única informação oficial sobre o Covid-19 está a ser feita através dos canais próprios”, nomeadamente a “autoridade de saúde regional”, que é o Instituto de Saúde da Madeira.
No entender do Governo madeirense “qualquer outra proveniência com informação duvidosa, só poderá ser entendida como uma tentativa de lançar o pânico”.
Considera-se que este tipo de informação falsa difundida “em nada ajuda para o clima de serenidade que se impõe neste momento para as famílias madeirenses e porto-santenses”.
Por isso, “independentemente dos procedimentos, inclusive judiciais, que o Governo Regional possa desencadear”, apelou à população do arquipélago que “esteja alerta a estas situações e a fazer fé apenas na informação oficial que é feita diariamente”.
O presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, acompanhado por outros elementos do Executivo insular, tem dado uma conferência de imprensa diária para fazer o ponto da situação face à pandemia de Covid-19.
Também ao final da tarde, um responsável do Instituto de Saúde da Madeira (Iasaúde) tem apresentado todos os dias o relatório clínico dos casos suspeitos e resultados das análises efetuadas.
Miguel Albuquerque anunciou este sábado que quem chegar à região tem de ficar de quarentena e isolamento social obrigatórios. "Isto é para cumprir", disse, assinalando que a fiscalização ficará a cargo da polícia.
Antes, a 12 de março, já tinha anunciado que o governo regional suspendeu todas as autorizações para atracagem de navios de cruzeiro e iates nos portos e marinas do arquipélago e que ia passar a medir a temperatura dos passageiros nos aeroportos.
Assim, nos dois aeroportos da região - Madeira e Porto Santo -, o governo regional vai implementar um novo procedimento de controlo, com a da medição da temperatura dos passageiros e das tripulações no desembarque e também com o preenchimento de um inquérito ainda a bordo dos aviões.
A expectativa é que esteja tudo a postos segunda-feira, 16 de março, e as "medidas vão vigorar até ao dia 31 de março, data em que o governo fará uma nova avaliação", disse em conferência de imprensa, no Funchal.
A par, solicitou ao governo nacional que tome medidas no sentido de suspender por sete dias as operações aéreas com países de transmissão ativa da doença, nomeadamente Dinamarca, a França, a Alemanha, a Suíça e Espanha, mas não obteve até ao momento qualquer resposta da República.
Salientando que a Madeira não registou qualquer caso de infeção até ao momento, defendeu que é necessário “tomar medidas radicais”.
A Ministra da Saúde, Marta Temido, declarou sábado que Portugal entrou "numa fase de crescimento exponencial da epidemia", no mesmo dia em que a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou o número de casos de infeção confirmados para 169.
Em relação a sexta-feira, há mais 57 casos, o que corresponde ao maior aumento num dia em Portugal, que contabiliza 114 internados, dos quais 10 em unidades de cuidados intensivos.
A região Norte continua a ser a que regista o maior número de casos confirmados (77), seguida da Grande Lisboa (73), e das regiões Centro (8) e do Algarve (7). Há quatro casos confirmados no estrangeiro, segundo a DGS.
No boletim epidemiológico assinala-se também que, desde o início da epidemia, a DGS registou 1.704 casos suspeitos e mantém 5.011 contactos em vigilância, menos do que na sexta-feira (5.674).
O Governo declarou o estado de alerta no país, colocando os meios de proteção civil e as forças e serviços de segurança em prontidão, e anunciou a suspensão das atividades letivas presenciais em todas as escolas a partir de segunda-feira.
A restrição de funcionamento de discotecas e similares, a proibição do desembarque de passageiros de navios de cruzeiro, exceto dos residentes em Portugal, a suspensão de visitas a lares em todo o território nacional e o estabelecimento de limitações de frequência nos centros comerciais e supermercados para assegurar possibilidade de manter distância de segurança foram outras das medidas aprovadas.
Já tinham sido tomadas outras medidas em Portugal para conter a pandemia, como a suspensão das ligações aéreas com a Itália.
O novo coronavírus foi detetado pela primeira vez em dezembro, na China, e já provocou mais de 5.700 mortos em todo o mundo.
O número de infetados ultrapassa agora os 151 mil, com registos em 137 países e territórios.
A Organização Mundial da Saúde declarou entretanto que o epicentro da pandemia provocada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) se deslocou da China para a Europa, onde se situa o segundo caso mais grave, o da Itália, que anunciou no sábado 175 novas mortes e que regista um total de 1.441 vítimas fatais.
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