Uma nota divulgada sábado na região pela vice-presidência do Executivo madeirense alerta para “a publicação de notícias falsas partilhadas nas redes sociais, que pretendem apenas aproveitar-se do atual momento para lançarem o pânico entre a população”.

No mesmo documento, destaca-se que “a única informação oficial sobre o Covid-19 está a ser feita através dos canais próprios”, nomeadamente a “autoridade de saúde regional”, que é o Instituto de Saúde da Madeira.

No entender do Governo madeirense “qualquer outra proveniência com informação duvidosa, só poderá ser entendida como uma tentativa de lançar o pânico”.

Considera-se que este tipo de informação falsa difundida “em nada ajuda para o clima de serenidade que se impõe neste momento para as famílias madeirenses e porto-santenses”.

Por isso, “independentemente dos procedimentos, inclusive judiciais, que o Governo Regional possa desencadear”, apelou à população do arquipélago que “esteja alerta a estas situações e a fazer fé apenas na informação oficial que é feita diariamente”.

Estas são as principais recomendações das autoridades de saúde à população

O surto do novo coronavírus detetado na China tem levado as autoridades de saúde a fazer recomendações genéricas à população para reduzir o risco de exposição e de transmissão da doença. Eis algumas das principais recomendações à população pela Organização Mundial da Saúde e pela Direção-geral da Saúde portuguesa:

  • Lavagem frequente das mãos com detergente, sabão ou soluções à base de álcool;
  • Ao tossir ou espirrar, fazê-lo não para as mãos, mas para o cotovelo ou para um lenço descartável que deve ser deitado fora de imediato;
  • Evitar contacto próximo com quem tem febre ou tosse;
  • Evitar contacto direto com animais vivos em mercados de áreas afetadas por surtos;
  • Deve ser evitado o consumo de produtos de animais crus, sobretudo carne e ovos;
  • Em Portugal, caso apresente sintomas de doença respiratória e tenha viajado de uma área afetada pelo novo coronavírus, as autoridades aconselham a que contacte a Saúde 24 (808 24 24 24).

O presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, acompanhado por outros elementos do Executivo insular, tem dado uma conferência de imprensa diária para fazer o ponto da situação face à pandemia de Covid-19.

Também ao final da tarde, um responsável do Instituto de Saúde da Madeira (Iasaúde) tem apresentado todos os dias o relatório clínico dos casos suspeitos e resultados das análises efetuadas.

Miguel Albuquerque anunciou este sábado que quem chegar à região tem de ficar de quarentena e isolamento social obrigatórios. "Isto é para cumprir", disse, assinalando que a fiscalização ficará a cargo da polícia.

Antes, a 12 de março, já tinha anunciado que o governo regional suspendeu todas as autorizações para atracagem de navios de cruzeiro e iates nos portos e marinas do arquipélago e que ia passar a medir a temperatura dos passageiros nos aeroportos.

Assim, nos dois aeroportos da região - Madeira e Porto Santo -, o governo regional vai implementar um novo procedimento de controlo, com a da medição da temperatura dos passageiros e das tripulações no desembarque e também com o preenchimento de um inquérito ainda a bordo dos aviões.

A expectativa é que esteja tudo a postos segunda-feira, 16 de março, e as "medidas vão vigorar até ao dia 31 de março, data em que o governo fará uma nova avaliação", disse em conferência de imprensa, no Funchal.

A par, solicitou ao governo nacional que tome medidas no sentido de suspender por sete dias as operações aéreas com países de transmissão ativa da doença, nomeadamente Dinamarca, a França, a Alemanha, a Suíça e Espanha, mas não obteve até ao momento qualquer resposta da República.

Salientando que a Madeira não registou qualquer caso de infeção até ao momento, defendeu que é necessário “tomar medidas radicais”.

A Ministra da Saúde, Marta Temido, declarou sábado que Portugal entrou "numa fase de crescimento exponencial da epidemia", no mesmo dia em que a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou o número de casos de infeção confirmados para 169.

Em relação a sexta-feira, há mais 57 casos, o que corresponde ao maior aumento num dia em Portugal, que contabiliza 114 internados, dos quais 10 em unidades de cuidados intensivos.

A região Norte continua a ser a que regista o maior número de casos confirmados (77), seguida da Grande Lisboa (73), e das regiões Centro (8) e do Algarve (7). Há quatro casos confirmados no estrangeiro, segundo a DGS.

No boletim epidemiológico assinala-se também que, desde o início da epidemia, a DGS registou 1.704 casos suspeitos e mantém 5.011 contactos em vigilância, menos do que na sexta-feira (5.674).

O Governo declarou o estado de alerta no país, colocando os meios de proteção civil e as forças e serviços de segurança em prontidão, e anunciou a suspensão das atividades letivas presenciais em todas as escolas a partir de segunda-feira.

A restrição de funcionamento de discotecas e similares, a proibição do desembarque de passageiros de navios de cruzeiro, exceto dos residentes em Portugal, a suspensão de visitas a lares em todo o território nacional e o estabelecimento de limitações de frequência nos centros comerciais e supermercados para assegurar possibilidade de manter distância de segurança foram outras das medidas aprovadas.

Já tinham sido tomadas outras medidas em Portugal para conter a pandemia, como a suspensão das ligações aéreas com a Itália.

O novo coronavírus foi detetado pela primeira vez em dezembro, na China, e já provocou mais de 5.700 mortos em todo o mundo.

O número de infetados ultrapassa agora os 151 mil, com registos em 137 países e territórios.

A Organização Mundial da Saúde declarou entretanto que o epicentro da pandemia provocada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) se deslocou da China para a Europa, onde se situa o segundo caso mais grave, o da Itália, que anunciou no sábado 175 novas mortes e que regista um total de 1.441 vítimas fatais.