Em cima da mesa está uma longa lista de produtos agrícolas e industriais norte-americanos sobre os quais vão ser aplicadas as novas tarifas, desde batata doce, cavalos, mulas até seringas, e que afeta sobretudo produtos industriais, incluindo carros, peças e equipamentos para automóveis e aeronaves.

De acordo com a Comissão Europeia, esses bens estarão "sujeitos a contramedidas" do bloco se as negociações entre Bruxelas e Washington não resultarem "num resultado mutuamente benéfico".

Ao mesmo tempo, o bloco europeu anunciou que apresentará uma queixa à Organização Mundial do Comércio (OMC) sobre a adoção das "tarifas recíprocas" pelos Estados Unidos.

O bloco acredita que as "tarifas violam abertamente as regras fundamentais da OMC" e que o sistema de normas não pode ser "unilateralmente ignorado por nenhum membro da OMC, incluindo os Estados Unidos", disse a UE num comunicado.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, declarou no comunicado que o bloco continua "totalmente comprometido" em encontrar "resultados negociados com os Estados Unidos".

"Acreditamos que existam bons acordos que beneficiem consumidores e empresas em ambos os lados do Atlântico", acrescentou, embora tenha alertado que "continuamos a preparar-nos para todas as possibilidades".

Quais são os produtos taxados?

Formalmente, a Comissão — o braço Executivo da UE — abriu um processo de consulta pública sobre uma lista de produtos americanos que podem estar sujeitos a tarifas se as negociações fracassarem.

A lista possui 128 páginas e inclui produtos como aviões, automóveis, plásticos e produtos químicos, além de outros itens, como cabelo humano e nozes.

Essa lista também inclui o bourbon, uma bebida alcoólica excluída das potenciais contramedidas da UE devido ao risco de desencadear retaliações dos EUA contra o vinho europeu.

O comissário europeu do Comércio, Maros Sefcovic, disse ao Parlamento Europeu esta semana que 70% das exportações totais do bloco enfrentam tarifas entre 10% e 25%.

Sefcovic alertou que, com as investigações comerciais em andamento nos Estados Unidos em diversos setores, "cerca de 549 mil milhões de euros em exportações da UE para os EUA, ou 97% do total", podem eventualmente enfrentar tarifas.