No anúncio, que foi feito pela secretária regional da Educação, Sofia Ribeiro, no âmbito dos trabalhos parlamentares da Assembleia Legislativa Regional, a decorrem ‘online’, foi referido que o número de computadores neste momento disponíveis “é inferior a 4.000”.
Sofia Ribeiro destacou ainda o “esforço das autarquias de todos os espectros político” na aquisição destes meios para os alunos necessitados.
A titular da pasta da Educação falava na sequência de uma proposta do BE/Açores para se encomendar à Universidade dos Açores um estudo que avalie os efeitos do ensino à distância, devido à oandemia da covid-19, e que foi viabilizada pelo parlamento apenas com os votos contra do Chega/Açores e favoráveis de PSD, CDS-PP, PPM, IL, PS, BE e PAN.
A governante sugeriu a criação de uma comissão de trabalho, no parlamento, para que se promova uma auscultação de todos os agentes do ensino e se “defina critérios de avaliação” para o ensino à distância.
Sofia Ribeiro anunciou ainda que as escolas vão promover, já na próxima semana, uma primeira avaliação do ensino à distância nos Açores, na sequência das “medidas complementares às adotadas pelo Governo anterior", socialista, bem como da “avaliação livre” que foi sugerida aos conselhos executivos para “definir políticas educativas”.
Na apresentação da proposta do BE/Açores, por Alexandra Manes, recomenda-se ao Governo Regional que “encomende à Universidade dos Açores um estudo que avalie os efeitos do ensino à distância no processo de ensino-aprendizagem e no desenvolvimento das crianças e jovens de todos os níveis de ensino das escolas", que, por "determinação das autoridades de saúde ou do Governo Regional dos Açores, encerraram durante mais de um mês no ano letivo 2020-2021”.
A parlamentar defendeu que o estudo deve compreender duas fases, a primeira das quais “deve incidir na avaliação preliminar dos efeitos do ensino à distância no processo de ensino-aprendizagem, nas competências e no desenvolvimento das crianças e jovens”, entre outras medidas.
Numa segunda fase, o estudo “deve ter uma perspetiva de médio e longo prazo, devendo focar-se nos efeitos do ensino à distância nas crianças da região, nomeadamente no desenvolvimento, percurso académico e integração social, devendo concentrar a sua incidência nas comunidades mais afetadas pelo encerramento das escolas”.
Na discussão do diploma, o socialista Rodolfo Franca considerou que o Governo anterior, socialista, “em meia dúzia de dias conseguiu implementar” um modelo de ensino à distância na primeira fase da pandemia, e referiu que no modelo do atual executivo de direita “a transparência não é percecionada”, havendo que fazer um “esforço para combater as desigualdades no acesso aos computadores”.
Joaquim Machado, da bancada social-democrata, na sequência das declarações do deputado socialista, considerou estar “de volta um PS arrogante que enjeita responsabilidades de 24 anos de governação” e o “estado que a governação socialista deixou os Açores, e também a educação”.
A centrista Catarina Cabeceiras subscreve o estudo, mas salvaguarda que este é “global sem considerar as especificidades das escolas”, havendo que envolver neste processo todos os agentes do setor da educação.
Pedro Neves, do PAN, considerou que “há uma diferenciação digital nos Açores devido à diferenciação económica”, havendo "jovens mais parcos, mais desiguais”, que necessitam de ser dotados com as “ferramentas adequadas” no acesso ao ensino.
O líder do Chega, também parlamentar no hemiciclo açoriano, Carlos Furtado, lamentou que, na classe média, “os pais dos alunos não se tenham poupado a custos para comprar computadores, fazendo créditos”, com valores que atingiram entre 400 a mil euros, apontando que estas são pessoas que trabalham e com encargos mensais a cumprir e que não contaram com o apoio do Estado nesta matéria.
O deputado Paulo Estevão, líder do PPM, concorda com o estudo, mas defendeu que a análise se deve estender também ao ano letivo 2019-2020 com base numa “avaliação objetiva e não ideológica”.
Nuno Barata, parlamentar único da Iniciativa Liberal/Açores, considerou que “não há outro elevador social que a educação”, sendo “inadmissível que uma criança não tenha acesso à internet e um computador”, havendo que “construir um novo tempo para as crianças”.
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