A informação foi avançada no final do Conselho de Ministros desta quinta-feira pela Ministra do Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva.

Ao prolongar a situação de alerta até 31 de agosto, o Governo mantém em vigor as medidas adotadas atualmente, nomeadamente a exigência de teste negativo, exceto para portadores de certificado de recuperação ou de certificado de vacinação completa com dose de reforço, para visitas a lares e visitas a pacientes internados em estabelecimentos de prestação de cuidados de saúde.

Mantém-se também a obrigatoriedade de utilizar máscaras nos transportes públicos, lares e instituições de saúde e farmácias. Segundo Mariana Vieira da Silva, o governo voltou a ouvir os especialistas, cujo parecer foi de que esta medida devia ser mantida, inclusive nos transportes públicos, para defesa das populações mais vulneráveis que utilizam estas infraestruturas.

Mariana Vieira da Silva referiu que a situação atual é estável, mas não descartou que venham a ser tomadas medidas adicionais perante um agravamento da situação pandémica neste outono/inverno.

A ministra recordou ainda que a partir de setembro inicia-se uma nova fase de reforço da vacinação contra a covid-19 e disse que haverá, a partir dessa altura, um “acompanhamento muito próximo” por parte das autoridades da evolução da situação epidemiológica para avaliar a necessidade de mais medidas.

A média de infeções pelo coronavírus que provoca a covid-19 voltou a baixar em Portugal para os 4.488 casos diários, o valor mais baixo registado durante este ano, indicam os dados do Instituto Ricardo Jorge (INSA), ontem publicados.

Segundo o relatório semanal do INSA sobre a evolução da covid-19, o número médio de casos diários de infeção pelo coronavírus SARS-CoV-2 a cinco dias voltou a descer dos 5.479 para os 4.488 a nível nacional, sendo ligeiramente mais baixo no continente (4.153).

Esta média de 4.488 contágios diários pelo SARS-CoV-2 é a mais baixa registada este ano, que começou com valores elevados e que desceram até maio, altura em que as infeções voltaram a subir no país, resultando na sexta vaga potenciada pela linhagem BA.5 da variante Ómicron, considerada pelos especialistas como mais transmissível.

De acordo com os relatórios do INSA, durante este ano, a média mais elevada de casos diários a cinco dias foi registada no final de janeiro (49.795 contágios), quando a taxa de incidência era de 6.130,9 casos por 100 mil habitantes e o índice de transmissibilidade (Rt) de cerca de 1,16.

O número de casos caiu até maio, uma tendência que se inverteu quando a BA.5 passou a ser a linhagem do coronavírus dominante no país e responsável pela maioria das infeções, o que fez aumentar a média até aos 29.101 registada no final desse mês.

Segundo o relatório de hoje do INSA, apesar da redução do número de casos de covid-19, o Rt - que estima o número de casos secundários de infeção resultantes de cada pessoa portadora do vírus – subiu em Portugal de 0,81 para 0,86.

Este indicador, apesar de ser inferior ao limiar de 1, aumentou também em quase todas as regiões do país: no Norte passou de 0,81 para 0,85, no Centro de 0,81 para 0,88, em Lisboa e Vale do Tejo de 0,80 para 0,84, no Alentejo de 0,84 para 0,90, no Algarve de 0,83 para 0,87, nos Açores de 0,83 para 0,88, mantendo-se nos 0,86 na Madeira.

Todas as regiões, com exceção do Algarve (1.185,2), apresentam agora uma taxa de incidência inferior a 960 casos por 100 mil habitantes em 14 dias, refere ainda o documento.