Em declarações à agência Lusa, Rita Silva, daquela associação, explicou a necessidade “de se pensar, perante as medidas de emergência que estão a ser tomadas devido ao aumento dos casos do coronavírus, nas pessoas de maior vulnerabilidade”.

“A primeira medida de emergência é a suspensão imediata dos despejos e estamos a falar de vários tipos, por bancos, por privados, por habitação social ocupada”, disse Rita Silva, adiantando que, muitas vezes, as pessoas/famílias “vão viver para a rua e outras para quartos que ficam sobrelotados”.

Segundo Rita Silva, os despejos na cidade de Lisboa têm vindo a “acontecer quase todos os dias”, lembrando o caso no Bairro Alfredo Bensaúde, nos Olivais e referindo que se encontram “14 famílias a dormir debaixo de lonas na rua” devido aos despejos por parte da autarquia de Lisboa.

“Há ainda uma ameaça concreta na Ameixoeira”, adiantou.

Rita Silva referiu a necessidade de serem devolvidas as casas às famílias que foram expulsas e àqueles em situação mais vulnerável, apontando como possível solução as “casas camarárias vazias ou hotéis e apartamentos turísticos”.

“Temos de pensar em formas de alojamento de emergência para as pessoas se protegerem, já que muitas delas, para não ficarem na rua, vão para quartos ou casas de amigos ou familiares que ficam sobrelotadas”, explicou.

“Tudo o que está a acontecer revela também a fragilidade do nosso sistema e é preciso proteger os mais vulneráveis que ficam mais expostos ao contágio”, frisou Rita Silva.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou a doença Covid-19, provocada pelo novo coronavírus, que surgiu na China em dezembro de 2019, como pandemia.

O número de casos confirmados de infeção pelo novo coronavírus, que causa a doença Covid-19, subiu hoje para 78 em Portugal, mais 19 do que os contabilizados na quarta-feira.

As medidas já adotadas em Portugal para conter a pandemia incluem, entre outras, a suspensão das ligações aéreas com a Itália, a suspensão ou condicionamento de visitas a hospitais, lares e prisões, e a realização de jogos de futebol sem público.

Em todo o mundo, o novo coronavírus já infetou mais de 124 mil pessoas e provocou mais de 4.500 mortos.