João Palmeiro adiantou que estão em causa, sobretudo, pequenas publicações “portanto com poucos trabalhadores e, em muitos casos, até com pessoas que trabalham de boa vontade”, acrescentado que ainda não tem dados sobre quantas empresas terão recorrido ao ‘lay-off’.

“O que nós sabemos, e isso é muito importante, é que até hoje deixaram de imprimir cerca de 30 publicações de vários pontos do país. E dessas 30 publicações, mais de metade não têm operação digital, são publicações que correm o risco de desaparecer mesmo”, salientou.

Admitindo não ter uma contabilização exata do número de trabalhadores envolvidos nestas 30 publicações, o presidente da Associação Portuguesa de Imprensa referiu que, “no mínimo, estarão envolvidas cerca de 150 pessoas”, excluindo os colaboradores à peça ou a título voluntário.

A grande dificuldade da imprensa regional, destaca João Palmeiro, prende-se com a publicidade que, em muitos casos, desapareceu.

“Porque os grandes anunciantes da imprensa regional são aqueles que foram obrigados a fechar pela pandemia. Nem há aqui uma questão de queriam ou não queriam. Foram obrigados. Infelizmente, a única atividade da imprensa regional que não desapareceu foram os obituários”, afirmou.

João Palmeiro referiu ainda que a associação tem estado em contacto com o governo desde 25 de março, mas ainda não há uma resposta concreta.

Portugal regista hoje 599 mortos associados à covid-19 em 18.091 casos confirmados de infeção, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia.

Relativamente a terça-feira, há mais 32 mortos (+5,6%) e mais 643 casos de infeção (+3,7%).

Das pessoas infetadas, 1.200 estão hospitalizadas, das quais 208 em unidades de cuidados intensivos, e 383 foram dadas como curadas.

Portugal está em estado de emergência desde 19 de março, que deverá ser renovado esta semana por um novo período de 15 dias.