“Os casos de morte ocorreram num grupo com uma mediana de idades de 78 anos e não pressupõem necessariamente a existência de uma relação causal com a vacina administrada, uma vez que podem também decorrer dos padrões normais de morbilidade e mortalidade da população portuguesa”, salienta o “Relatório de Farmacovigilância — Monotorização da Segurança das Vacinas contra a covid-19 em Portugal”.
Desde o início da campanha de vacinação a 27 de dezembro de 2020 até ao dia 26 de junho, foram registadas 8.470 notificações de reações adversas (RAM), num total de 8.470.118 doses administradas, 3.290 (39%) classificadas como “graves” e 5.180 (61%) como “não graves.
Das reações notificadas como “graves”, 1.947 foram classificadas como “clinicamente importantes” (23%), 943 geraram incapacidade (11%), 252 motivaram hospitalização (3%), 93 representaram “risco de vida” (1%) e 51 morte (0,6%).
Dos casos classificados como graves, cerca de 90% dizem respeito a situações de incapacidade temporária na sua maioria e outras são consideradas “clinicamente significativas” pelo notificador, refere a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde.
“Se um caso contiver mais do que uma RAM (a situação mais frequente), basta que uma dessas reações adversas seja classificada como grave para que todo o caso também o seja”, sublinha, explicando que esta classificação segue critérios da Organização Mundial de Saúde, mas é feita pelo notificador, seja este um profissional de saúde ou um utente.
Os dados precisam que por mil doses de vacinas administradas foi notificado um caso de reação adversa, número que baixa para 0,5 no caso das reações graves.
Do total de reações adversas, 5.561 são referentes à vacina da Pfizer/BioNtech (Comirnaty), num total de 5.865.276 doses administradas, 2.133 da Astrazeneca (1.493.560 doses inoculada), 556 da Moderna (842.545 doses) e 130 da Janssen (268.737 doses).
Por cada 1.000 doses administradas, foram comunicadas uma reação no caso da Pfizer, 1,5 no caso da AstraZeneca, 2 na Moderna e 0,5 na vacina da Janssen.
O Infarmed ressalva que estes dados “não permitem a comparação dos perfis de segurança entre vacinas, uma vez que estas foram utilizadas em subgrupos populacionais distintos (idade, género, perfil de saúde, entre outros) e em períodos e contextos epidemiológicos distintos”.
A maioria das reações foi registada em mulheres, com 2.317 notificações de casos graves e 3.609 não graves.
Em relação aos homens, foram comunicadas 642 reações adversas graves e 1.137 não graves, sendo a faixa etárias dos 30 aos 49 anos as que registam mais notificações.
A reação mais notificada é a mialgia (2.638), seguida de dores de cabeça (2.341) dor no local de injeção (2.203), febre (2.156), calafrios (958), fadiga (948), náusea (939), dores musculares ou nas articulações (752), alterações/aumento dos gânglios (591), tonturas (455), dor (445), astenia (430) mal-estar (422), vómitos (406) e diarreia (333).
“Na maioria dos casos, o desconforto causado pela dor ou febre é um sinal normal de que o sistema imunitário está a reagir e estas reações resolvem em poucas horas ou dias, sem necessidade de intervenção médica, e não deixando sequelas”, refere o Infarmed.
Adianta ainda que as situações não resolvidas ou agravadas nesse período ou de natureza clínica mais grave poderão requerer avaliação clínica.
“Um vacinado com uma vacina contra a covid-19 que, após deixar o local de vacinação, considerar que pode estar a desenvolver uma reação alérgica grave, deve procurar atendimento médico de imediato”, aconselha a autoridade do medicamento.
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