A descoberta ocorreu no decurso de projeto-piloto conduzido pelo chefe do Departamento de Doenças Infecciosas do Hospital Universitário San Pedro de Logroño e do Centro de Pesquisa Biomédica de La Rioja (CIBIR), José António Oteo, segundo a agência EFE.
A pesquisa foi realizada entre 08 de abril e 04 de maio junto de 23 animais de companhia de pessoas com doença de coronavírus em La Rioja, província situada no norte de Espanha.
"A infeção foi encontrada na amostra recolhida na boca de um dos gatos, assintomático e que continua perfeito, saudável", disse à EFE o investigador.
Para José António Oteo, este resultado vem confirmar que "os animais de estimação podem ser infetados por pessoas doentes e, como tal, há necessidade de os proteger".
"Ninguém mostrou que os animais de companhia podem ser uma fonte de infeção para os seres humanos", explicou, defendendo a necessidade de ser realizada "mais investigação" nesta área.
"Provavelmente, eles [animais domésticos] não têm carga viral suficiente para nos infetar, mas as informações devem ser geradas quando uma nova infeção emergente aparecer", como aconteceu com a covid-19, referiu.
Considerado um dos principais especialistas mundiais em doenças transmitidas por carrapatos, José António Oteo manifestou-se preocupado com a possibilidade das martas (ou visons) poderem transmitir a doença aos seres humanos.
O investigador referia-se ao caso detetado, esta semana, na Holanda. Os especialistas daquele país colocam a hipótese de o trabalhador numa quinta de criação de visons (martas) ter sido infetado por aquela espécie.
Para Oteo, quando uma nova doença aparece, "é necessário gerar conhecimento". O investigador alertou que não se podem retirar muitas conclusões da pesquisa agora realizada, mas defendeu que "os gatos podem ficar doentes".
"Podemos infetar os nossos animais de estimação", apelando aos donos para que "tenham cuidado e quando estiverem doentes não exponham os animais às suas secreções".
"Protejam os animais de estimação, cuidem deles e sigam as regras de higiene, como acontece com as pessoas", insistiu.
O projeto-piloto envolveu doze cães, oito gatos, dois coelhos, um porquinho-da-índia e os respetivos donos.
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