O país é o que regista mais casos no Médio Oriente e está entre os que têm pior registo fora da China, onde o vírus surgiu no final do ano passado.

Os responsáveis iranianos manifestaram a sua preocupação com a propagação do vírus no país e com a possibilidade de as infraestruturas de saúde ficarem sobrecarregadas, numa altura em que enfrenta pesadas sanções por parte dos Estados Unidos.

Este novo aumento levou as autoridades iranianas a anunciarem ainda o adiamento da segunda volta da campanha eleitoral e que planeiam restringir os movimentos no país.

O ministério da Saúde iraniano informou que desde sábado foram confirmadas outras 1.209 pessoas contagiadas e 113 novas mortes. No total, estão registados 13.938 casos, dos quais 724 morreram e 4.790 recuperaram.

Perante este cenário, Abas Ali Kadjodai, porta-voz do Conselho dos Guardiães, anunciou que a segunda volta das eleições parlamentares, prevista para 17 de abril, foi adiada para o próximo dia 17 de setembro.

Simultaneamente, o presidente iraniano, Hasan Rohani, deu a sua aprovação inicial para impor um bloqueio parcial em zonas de 11 províncias.

As autoridades iranianas anunciaram que a mesquita de Al-Aqsa, situada na parte este de Jerusalém, vai fechar por tempo indeterminado devido à pandemia, mantendo-se as orações na parte exterior do templo.

Medidas idênticas estão a ser tomadas nas proximidades do Muro Ocidental, o lugar em que os judeus podem rezar, mantendo-se as orações no exterior, mas sendo apenas permitidas 10 pessoas de cada vez nas zonas interiores, seguindo assim as determinações do governo israelita.

O Irão é um dos países que enfrenta o maior número de casos fora da China, mas os números reportaos têm vindo a ser colocados em causa.

"Se continuar a aumentar, não haverá capacidade", disse Ali Reza Zali, responsável iraniano que lidera a luta contra o vírus, em declarações à agência iraniana estatal IRNA, numa altura em que é estimado que o Irão tenha cerca de 110.000 camas hospitalares, incluindo cerca de 30.000 na capital Teerão.

Reza Zali revelou ainda ter conhecimento de que "muitos" dos que morreram com a doença Covid-19 eram completamente saudáveis antes da mesma, uma rara admissão por parte das autoridades locais de que o vírus não afeta gravemente apenas os doentes e os mais idosos.

Segundo dados revelados por parte do Ministério da Saúde iraniano, 55% das mortes causadas pela doença situavam-se na faixa dos 60 anos, enquanto 15% atingiram pessoas abaixo dos 40 anos.

Para a maioria das pessoas, o vírus causa apenas sintomas moderados, tais como febre e tosse. Para outras, especialmente adultos mais velhos e pessoas com problemas de saúde, este pode se manifestar de maneira mais severa e até causar pneumonia. A maioria das pessoas recupera no espaço de algumas semanas.

Mais de 154.000 casos de infeção foram registados em 139 países e territórios desde o início da epidemia na China, que se tornou, entretanto, numa pandemia.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) atualizou hoje o número de infetados e registou um aumento de 76, ao passar de 169 para 245 casos.