“As medidas que foram agora anunciadas são medidas que compreendo em face do que são informações que o Governo terá, de que eu não disponho, cuja necessidade compreendo”, afirmou aos jornalistas à margem de uma sessão pública na Marinha Grande, no distrito de Leiria.

No entanto, o candidato comunista considera que continua a ser necessário “um reforço de medidas de emergência no que toca à proteção de locais de trabalho, onde os trabalhadores não pararam, no que toca à proteção mesmo de habitações, onde isso seja necessário, equipamentos de uso coletivo, lares e serviços públicos”.

João Ferreira falava aos jornalistas após a sessão “18 de janeiro - Património de luta, horizonte de esperança”, que assinalou uma revolta operária ocorrida há 87 anos, em 18 de janeiro de 1934, culminando numa greve geral em várias locais do país, como a Marinha Grande, Silves, Barreiro e Almada.

Questionado sobre a possibilidade de alterar as ações de campanha que estão previstas face à evolução da pandemia de covid-19, João Ferreira lembrou que a "esmagadora maioria" das ações previstas já tinham sido adaptadas às circunstâncias, frisando que a avaliação será feita dia a dia.

“Em face das medidas que foram agora anunciadas há uma avaliação que temos que fazer também”, sublinhou, acrescentando que a todo o momento a organização da campanha tem de ir “calibrando” as iniciativas e as medidas adotadas em cada uma.

“É um trabalho que creio que vai ter que ser feito quase dia a dia. Neste momento estamos a avaliar em concreto o impacto destas medidas no resto da campanha eleitoral se bem que, insisto, na sua esmagadora maioria, elas já foram tidas em conta nas profundas alterações que fizemos há pouco tempo”, concluiu.

O Conselho de Ministros aprovou no passado dia 13 novas medidas para controlar a pandemia de covid-19, mas hoje fez uma atualização das regras, que veio permitir “clarificar normas que têm sido objeto de abuso”.

António Costa reconheceu que não sabe ainda quando é que as novas medidas irão entrar em vigor, uma vez que o diploma será ainda enviado para o Presidente da República e depois publicado em Diário da República.

A sessão pública realizada na Marinha Grande contou com a presença de Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP e de Isabel Camarinha, líder da CGTP.

O candidato presidencial apoiado pelo PCP e pelo PEV seguiu depois para uma ação com empresários da restauração na Nazaré, também no distrito de Leiria.

As eleições presidenciais, que se realizam em plena epidemia de covid-19 em Portugal, estão marcadas para 24 de janeiro e esta é a 10.ª vez que os portugueses são chamados a escolher o Presidente da República em democracia, desde 1976.