O Centro para Controlo e Prevenção de Doenças e a Food and Drug Administration (entidade reguladora de alimentos e medicamentos dos Estados Unidos) anunciaram hoje, numa declaração conjunta, estar a investigar coágulos sanguíneos detetados em seis mulheres nos dias a seguir a terem tomado a vacina desta farmacêutica, em combinação com contagens de plaquetas reduzidas.
Hoje, a farmacêutica norte-americana disse que está a aguardar resultados de estudos feitos pelas autoridades de regulação e controlo, antes de proceder à distribuição das suas vacinas de dose única na Europa, admitindo as suspeitas sobre os casos de cóagulos sanguíneos.
“Estamos a analisar esses casos com as autoridades de saúde europeias. Tomámos a decisão de adiar proativamente a entrega da nossa vacina na Europa”, informou a Johnson & Johnson num comunicado, sem referir novas datas para a distribuição.
A chegada das vacinas à Europa, incluindo Portugal, estava prevista para quarta-feira.
Em Portugal, questionada sobre o assunto, a ministra da Saúde, Marta Temido, considerou ser ainda muito cedo para comentar a recomendação das autoridades de saúde dos Estados Unidos.
As autoridades da Alemanha, que devia receber 232 mil doses da vacina da Johnson & Johnson disseram hoje que não têm ainda um plano para alterar o seu cronograma.
A Itália também está apreensiva com este atraso e Francesco Rocca, presidente da Federação Internacional da Cruz Vermelha, disse que está preocupado com a notícia do atraso, mas reconfortado por perceber que "o sistema de regulação está a funcionar".
Já hoje, a Agência Europeia do Medicamento informou que ainda está “a investigar” os casos de tromboembolismo detetados após a administração da vacina da Johnson & Johnson e alertou que, “para já, não se sabe se há relação causa-efeito”.
O comité de segurança da Agência Europeia do Medicamento (EMA) está a rever a segurança da vacina investigando estes casos e a necessidade de uma eventual medida de regulação só será decidida quando houver conclusões científicas, explicou uma porta-voz da agência.
A EMA recordou ainda que os casos que estão em investigação foram detetados nos Estados Unidos, onde esta vacina foi utilizada com uma autorização de uso de emergência.
Mais de 6,8 milhões de doses da vacina Johnson & Johnson (J&J) foram já administradas nos Estados Unidos.
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