Em declarações à Lusa, o autarca defendeu que só assim é possível travar as cadeias de contágio e combater o avanço da pandemia de covid-19 no concelho.

Com 38 mil eleitores, a junta do Centro Histórico, acrescentou António Fonseca, não tem, contudo, capacidade financeira para avançar com esta medida, mas a autarquia, sublinha, tem.

"Isto custa um bocado de dinheiro. Para a junta é muito, para a câmara não é. Imagine que queríamos comprar três máscaras para cada membro de agregado, à média de um euro, não tínhamos qualquer hipótese. Mas se a tivéssemos não hesitaríamos em fazê-lo", disse.

Nesse sentido, António Fonseca propõe que a Câmara do Porto avance com "uma aquisição de máscaras de forma a cobrir a população", fazendo chegar este material às juntas de freguesias em função do número de eleitores e agregados. A sua distribuição ficaria à responsabilidade das juntas.

De acordo com os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), em 2018, o Porto tinha 214.936 habitantes.

Segundo o autarca, a utilização de máscaras é partir de hoje obrigatória para todos os funcionários da junta que se encontram ao serviço, sem exceção.

Em declarações à Lusa, António Fonseca revelou ainda que a situação de emergência social tem vindo a agravar-se na freguesia, sendo já 300 as pessoas apoiadas pela junta.

Os bens alimentares escasseiam, e são muitas vezes são os particulares e funcionários que contribuem com donativos para fazer os cabazes, conta o autarca do centro histórico, que esta semana recebeu a indicação de um outro apoio de uma grande superfície.

António Fonseca anunciou também que a cozinha da creche do Miminho, reativada esta semana, vai passar a fazer três refeições por dia, duas vezes por semana, mas o objetivo é que possa fazê-lo todos os dias.

Ao nível do apoio alimentar, há ainda um restaurante da cidade que está a doar 57 refeições.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,5 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram quase 89 mil.

Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 409 mortes e 13.956 casos de infeções confirmados. A situação é mais preocupante a Norte, com nove concelhos, entre os dez com maior número de casos confirmados.