Raquel Duarte, pneumologista que lidera a equipa de peritos que aconselha o Governo em relação à pandemia, disse esta quarta-feira ao Público que a comparticipação dos testes rápidos de antigénio nas farmácias deveria prolongar-se ainda “nos próximos tempos”.

Questionada se os níveis de positividade alta está relacionado com o pequeno número de pessoas que, hoje em dia, faz teste à Covid-19, a especialista explica que "quem nesta altura faz os testes são as pessoas sintomáticas e/ou que tiveram uma exposição recente". "Portanto, a probabilidade de uma pessoa que faz o teste estar positiva é alta. E com isso, estamos a perder a noção do que está a acontecer na comunidade", sublinha".

A eliminação do uso de máscara aumentou as infeções em Portugal, que atingiu um índice de transmissibilidade de 1,17 e que poderá registar uma sexta vaga de covid-19, indica um relatório do Instituto Superior Técnico sobre a pandemia.

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"Eu acho que devíamos continuar a testar. Devia-se manter a testagem comparticipada nas farmácias nos próximos tempos. Devia ser fácil as pessoas fazerem o teste", afirmou Raquel Duarte.

Recorde-se que no passado dia 1 de maio terminou a comparticipação dos dois testes gratuitos por utente, sendo que o Governo, "face à evolução positiva da situação epidemiológica de Covid-19 em Portugal e considerando a capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde", decidiu não prorrogar esta medida.

O grupo de especialistas responsável pelas propostas de desconfinamento lança na próxima sexta-feira o livro “Covid-19 em Portugal: a estratégia”. A obra é assinada por Raquel Duarte, Felisbela Lopes, Filipe Alves, Ana Aguiar, Hugo Monteiro, Marta Pinto e Óscar Felgueiras.