“A Federação Nacional dos Médicos tem recebido vários relatos de insuficiência de equipamentos de proteção básicos para controlo de infeção e de ausência de ‘stocks’ adequados, para enfrentar um eventual aumento exponencial de casos de infeção por coronavírus”, refere a FNAM, em comunicado.
Nesse sentido, a FNAM “aconselha os médicos a exigir os equipamentos de proteção recomendados, de acordo com a orientação 003/2020 da Direção Geral da Saúde (DGS).
“Caso estes não estejam disponíveis, os médicos devem optar por interromper a sua atividade, reportando imediatamente a falha aos superiores hierárquicos e sindicatos. Só estando garantida a segurança do profissional médico é que este pode retomar a sua atividade”, alerta a FNAM.
Na fase atual, o atendimento de toda a infeção respiratória “deve exigir máscara cirúrgica para colocar ao doente e material de higienização”.
“Se um caso de infeção respiratória chegar ao gabinete médico (em contexto de urgência ou consulta), o médico deve questionar o contexto epidemiológico e, caso se enquadre na definição de caso suspeito, deve equipar-se adequadamente para a prestação de cuidados a menos de um metro, antes de prosseguir na observação do doente”, adverte a Federação Nacional dos Médicos.
Nos casos graves/emergentes com necessidade de procedimentos invasivos, o equipamento adequado, de acordo com a FNAM, “é o fato de proteção integral ou, no mínimo, a alternativa recomendada na orientação da DGS”.
“A segurança do profissional é fundamental, para a sua própria preservação, para manter a força de trabalho médica necessária para enfrentar um eventual aumento de casos e para prevenir que os profissionais médicos sejam fonte de transmissão para os restantes profissionais de saúde e doentes”, avisam os médicos.
O novo coronavírus responsável pela Covid-19 foi detetado em dezembro, na China, e já provocou mais de 5.300 mortos em todo o mundo, levando a Organização Mundial de Saúde (OMS) a declarar a doença como pandemia.
O número de infetados ultrapassou as 140 mil pessoas, com casos registados em mais de 120 países e territórios, incluindo Portugal, que tem 112 casos confirmados.
A OMS declarou hoje que o epicentro da pandemia provocada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) se deslocou da China para Europa, onde se situa o segundo caso mais grave, o da Itália, que anunciou 250 novas mortes, um recorde em 24 horas, e que regista 1.266 vítimas fatais.
O número de infetados em Itália, onde foi decretada quarentena em todas as regiões, é agora superior a 17.600, cerca de 2.500 mais do que na quinta-feira e praticamente metade dos quase 35 mil casos confirmados na Europa, onde se registaram perto de 1.500 mortos.
Até à meia-noite de quinta-feira (16:00 horas em Lisboa), o número de mortos na China continental, que exclui Macau e Hong Kong, subiu para 3.176, após terem sido contabilizadas mais sete vítimas fatais. No total, o país soma 80.813 infetados.
A Comissão Nacional de Saúde informou que até à data 64.111 pessoas receberam alta após terem superado a doença.
Face ao avanço da pandemia, vários países têm adotado medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena inicialmente decretado pela China na zona do surto.
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