“Não creio que possamos ganhar a confiança mudando o que dissemos, ou seja, que não é uma vacinação obrigatória”, disse a chanceler alemã, numa conferência de imprensa realizada no Instituto Robert Koch (RKI), a autoridade responsável pela prevenção e controlo de doenças na Alemanha.
“Mas penso que podemos ganhar a confiança ao publicitar a vacinação e também ao permitir que o maior número possível de pessoas da população (…) se tornem embaixadores da vacina a partir da sua própria experiência”, prosseguiu Merkel, indicando que ela própria, na qualidade de chanceler, irá promover, “com uma convicção profunda”, os benefícios de estar vacinada.
E argumentou: “Quantos mais tivermos vacinados, mais livres seremos, mais poderemos viver de novo”.
Cerca de 35,4 milhões de pessoas na Alemanha (42,6% da população) já têm a vacinação completa contra a covid-19, enquanto 48,6 milhões (58,5% da população) já receberam uma dose, precisou o ministro da Saúde alemão, Jens Spahn, lamentando uma tendência de “abrandamento” que está a ser verificada no ritmo nacional de inoculações.
As declarações de Merkel surgem num momento em que a obrigatoriedade da vacinação contra a covid-19 começa a ganhar terreno na Europa, face à rápida progressão da variante Delta do SARS-Cov-2 (caracterizada como mais resistente e mais transmissível) no continente europeu.
Em França, o Presidente Emmanuel Macron anunciou, na segunda-feira, que a vacinação contra a covid-19 passa a ser obrigatória para todos os profissionais (incluindo também voluntários e pessoal administrativo) que trabalham com pessoas mais vulneráveis em hospitais, clínicas e em lares de idosos.
Os visados “terão até 15 de setembro para serem vacinados” e após essa data serão aplicadas “sanções”, segundo o anúncio presidencial.
Outros países europeus também decretaram a obrigatoriedade da vacinação para certos grupos da população, como foi o caso da Grécia, que anunciou na segunda-feira esta medida para os profissionais de saúde a partir do dia 01 de setembro, ou de Itália, que seguiu a mesma estratégia para médicos e outros profissionais do setor e que admite a aplicação de sanções em caso de incumprimento.
Em 16 de junho, o Governo britânico já tinha anunciado que ia tornar obrigatória a vacina contra a covid-19 para todos os funcionários de lares de idosos.
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